Conforme passam os anos na vida de um jovem, as situações que têm de enfrentar vão sendo cada vez mais desafiadoras. Aliás, nos tempos de hoje, não são poucas as situações nas quais ele fica como que entre a espada e a parede.

Voltando à citação bíblica que abre esta reflexão, como fazer para caminhar na integridade? Quais escolhas fazer para evitar os caminhos tortuosos? E mais, como ter certeza de se estar agindo da forma correta? O que pede Deus perante X ou Y situação concreta?

Leia MaisO caminho para conquistar a paz interiorA boa notícia é que o homem não foi abandonado de forma aleatória ao arbítrio, mas recebeu um grande presente chamado consciência moral. O Concílio Vaticano II dedica-lhe algumas linhas nas quais, além de um sincero elogio, aprofunda no que ela é, e na forma em que o ser humano precisa se posicionar diante dela.

Comecemos citando de forma simples o que a consciência moral é:

"Essa voz, que sempre o está a chamar ao amor do bem e fuga do mal, [que] soa no momento oportuno, na intimidade do seu coração: faze isto, evita aquilo" (Gaudium et Spes, nº 16).

Trata-se de "uma lei que [o ser humano] não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer". Assim, "tem no coração uma lei escrita pelo próprio Deus" e "a sua dignidade está em obedecer-lhe, e por ela é que será julgado".

Ainda mais:

"A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser" (Gaudium et Spes, nº 16).

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O que significa isto no nível prático? Como vivê-lo?

O texto continua explicando a necessidade de manter uma consciência reta. Dessa forma, "as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega", buscando de forma sincera o bem. Obviamente, isto exige uma formação da consciência, pois, "não raro, porém, acontece que a consciência erra, por ignorância (...). Outro tanto não se pode dizer quando o homem se descuida de procurar a verdade e o bem e quando a consciência se vai progressivamente cegando, com o hábito do pecado" (Gaudium et Spes, nº 16).

Leia MaisComo vencer os nossos pecados de estimação?Alguém poderia me dizer: muito bem. Isso tudo diz respeito à consciência moral e indica a necessidade de formá-la, mas ainda não fica tão claro o que o jovem deve fazer para fazer o bem na sociedade.

Lembrando que é necessário percorrer com paciência tal caminho formativo, encerremos esta breve reflexão dando um último direcionamento. Apoiemo-nos agora no Catecismo da Igreja Católica (nº 1789). Lá são referidas algumas regras que se aplicam a todos os casos:

– “Nunca é permitido fazer mal para que daí resulte um bem”;

– “A «regra de ouro» é: «Tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, fazei-o, de igual modo, vós também» (Mt 7, 12)”;

– “A caridade passa sempre pelo respeito do próximo e da sua consciência”, lembrando que isto não significa chamar de bem o que é mal.

Dito isto, o desafio agora é o de acolher um presente tão especial - que chama ao bem e afasta do mal -, assim como a formá-la da melhor maneira.

:: E aí, como vai sua consciência? 
Compartilhe a reflexão e aproveite para se autoavaliar sempre.