Crescendo na Fé

Qual o papel de Maria e José na apresentação de Jesus no templo?

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

02 FEV 2018 - 09H55 (Atualizada em 02 FEV 2023 - 10H38)

Reprodução/ CNBB

Por que Maria precisava apresentar seu filho Jesus no templo? Essa é uma pergunta que surge ao lado de outras como: Por que Jesus precisou ser batizado?

Jesus precisou ser educado ou já sabia tudo? A razão de fundo de todas essas perguntas é a seguinte: Se Jesus é Deus, aparentemente ele não teria necessidade de passar por todos esses processos humanos, temporais. É uma questão razoável, colocada até mesmo por João Batista, mas que talvez esconda um perigo de não receber a revelação de Deus como Ele mesmo a revelou. Leia MaisPor que Jesus foi batizado quando era adulto?

O perigo, se podemos chamar assim, está relacionado com a encarnação da segunda pessoa da Santíssima Trindade. Jesus, sendo Deus, se fez homem. E pode parecer uma frase conhecida, que repetimos a todo momento, mas se a levamos a sério ela nos permite entrever a verdadeira novidade, sempre atual, do cristianismo.

É muito mais fácil pensar em Jesus, como se faz muitas vezes, como uma pessoa iluminada, um gênio religioso, alguém à frente do seu tempo.

Dessa maneira, Ele fica mais fácil de ser compreendido, o escândalo em torno ao que Ele disse e fez, diminuem consideravelmente. Isso porque Ele passa a ser somente um homem e não Deus-homem.

Realmente Deus não precisa ser batizado. Deus não precisa ser purificado e muito menos precisa ser educado. Mas em Jesus acontece algo novo, que nossa razão não consegue entender completamente e que pode escandalizar a muitos. Deus se inclina para sua criatura, vem até ela e se faz carne, vive no meio da criação. E o faz por amor.

Aqui está outra palavra que não podemos tentar entender por meio do nosso ponto de vista. Para nós o amor está nas novelas, nos romances. Quem vai um pouco além disso, enxerga o amor em certa bondade, generosidade. Mas para Deus (Que conhecemos pela Sua revelação), o amor é pessoal e compromete todo o ser. É colocar-se totalmente disponível ao outro. É comprometer o próprio destino para que o destino do outro se realize. E é isso que Deus faz quando vem ao mundo.

Nesse compromisso até o extremo, Jesus, por esse tipo de amor verdadeiro, quis fazer parte de uma família, quis ser educado por seus pais em ambiente cultural e religioso muito concreto. Todos aqueles pensamentos que fazem de Jesus um ser desencarnado da realidade, não fazem justiça ao amor que Deus quis manifestar através dele ao homem.

Jesus está tão comprometido conosco
, com a nossa miséria, que se permite ser crucificado por nós, para a nossa salvação. Então Jesus cresceu sendo educado por seus pais na fé do povo do qual fazia parte. E tudo isso não foi meramente simbólico, foi como se expressou o amor de Deus por nós até o extremo. 

Para compreender isso é preciso que nos abramos a Revelação do próprio Deus para que experimentemos em nossas vidas a realidade dessa novidade radical da vida cristã. Jesus que sendo verdadeiramente homem é também verdadeiro Deus.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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