Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 03 ABR 2019 - 14H38

O que é a santidade e como ser um jovem santo?

Existem algumas palavras que ao longo do tempo podem ir perdendo seu significado original, fazendo com que seja difícil entender bem o que se quer dizer quando a escutamos. Isso aconteceu com a palavra “Santo” e seus derivados, “Santidade”, “Santificação”, etc. O que significa afinal de contas ser santo? É possível para qualquer um? O que temos que fazer para crescer na santidade?

:: Quando a culpa parece ser de Deus


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Se falamos dos santos hoje, podemos começar a pensar nos santos que conhecemos e que estão nos altares, que faziam muitos milagres e possuíam várias experiências místicas. Realidades que estão muito distantes da nossa experiência pessoal de limitação, fragilidade e pecado. A conclusão óbvia a partir disso é que a santidade não é para nós, homens e mulheres comuns e correntes.

Mas isso não é verdade. De fato, escutamos muito na Igreja hoje em dia que todos somos chamados a ser santos. Mas o que o isso quer dizer? Ser santo, se buscamos na bíblia seu significado, pode ser entendido como separar alguém, ou algo, para Deus. É, então, deixar que Deus seja o guia de nossas vidas. Não se requer, para ser santo, ressuscitar mortos ou curar as pessoas com um toque. O fundamental da santidade é separar nossa vida para Deus.

De fato, em um sentido, todos os católicos já são santos desde o batismo. Nesse dia, fomos consagrados, separados para Deus. Quando recebemos a água benta em nossa cabeça em nome da Santíssima Trindade, entramos para a família de Deus, somos separados do mundo, ou seja somos feitos santos e santas de Deus.

 

Não se requer, para ser santo, ressuscitar mortos ou curar as pessoas com um toque. O fundamental da santidade é separar nossa vida para Deus.

Entender isso é importante porque nos ilumina para as outras perguntas. O que posso fazer para ser santo? Como posso crescer na santidade? Na verdade, nós não podemos fazer nada para sermos santos, é Deus que fez e que faz isso em nós. Nós somos pecadores e, por nossas próprias forças, estávamos condenados a viver em nossa miséria, longe de Deus. Mas Deus, em sua bondade e misericórdia, sai a nosso encontro e nos santifica.

A santidade é, portanto, um dom de Deus que recebemos e que precisamos cuidar e fazer crescer. Aqui entra a nossa parte nesse assunto. Apesar de termos sido feitos santos pelo amor de Deus, muitas vezes, em nossa vida cotidiana nos esquecemos disso não vivemos como filhos e filhas de Deus. Sujamos essa santidade de Deus que nos foi dada. O nosso trabalho é cuidar para que isso não aconteça em mim e nos meus irmãos.

Como fazer isso?
Mais uma vez Deus sai ao nosso encontro. Ele conhece as nossas debilidades e sabe que precisamos de ajuda não só para sermos santos, mas para perseverar e crescer na santidade. Por isso, ele nos concede sua Graça, especialmente nos sacramentos deixados por Ele na Igreja. Lá podemos uma e outra vez renovar-nos em nossa santidade e receber a ajuda necessária para custodiá-la e para ajudar a que outros sejam também santos. Todas as vezes que nos confessamos e recebemos a comunhão na Santa Missa, entramos em maior comunhão com Deus, nos tornamos mais como Ele, que é o Santo por excelência. E quando, com o nosso testemunho de uma vida santa, ou seja, uma vida com Deus, ajudamos a que outros se lembrem da sua própria santidade, do seu chamado a serem santos, estaremos contribuindo com a Missão de Jesus, de Maria e da Igreja, estaremos vivendo como filhos e filhas de Deus, como santos e santas. Essa é uma dimensão da vida dos santos, chamada apostolado, que nunca pode faltar e que é como um termômetro para saber se estamos realmente vivendo santamente.

Portanto, ser santo não é difícil. Se contássemos apenas com as nossas próprias forças, a santidade seria algo impossível para nós, simples pecadores. Mas sempre contamos com a Graça e com a Misericórdia de Deus, que sai ao nosso encontro, nos santifica e nos ajuda a perseverar na santidade. Que possamos, então, acolher esse dom de Deus com maior carinho e custodiá-lo com maior zelo, para que, vivendo como santos e santas de Deus possamos contagiar o mundo com esse fogo da santidade que espera chegar aos corações do mundo inteiro.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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