Por Polyana Gonzaga Em Igreja

A Alegria do Amor: Acompanhamento nos primeiros anos da vida matrimonial

Entre os aspectos da família abordados na Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia – A alegria do amor, está o acompanhamento nos primeiros anos da vida matrimonial. O texto da exortação contempla os resultados das discussões dos dois Sínodos dos Bispos sobre a família ocorridos em 2014 e 2015.

Recem-casados Crédito da Foto: pixabay

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A exortação descreve que os Padres sinodais afirmaram que ‘os primeiros anos de matrimónio são um período vital e delicado, durante o qual os cônjuges crescem na consciência dos desafios e do significado do matrimónio. Daí a necessidade dum acompanhamento pastoral que continue depois da celebração do sacramento (cf. Familiaris consortio, parte III)’.

Segundo o bispo de Camaçari (BA) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, Dom João Carlos Petrini, um dos desafios da Pastoral Familiar é fazer este acompanhamento pessoal.

“Esse acompanhamento é de fundamental importância. Nós estamos propondo, como Pastoral Familiar, as Comunidades de Família ou Fraternidades de Família, para proporcionar momentos de reflexão, de partilha, refletindo a Palavra de Deus, as preocupações, criando amizades e se apoiando”, afirmou o bispo.

O acompanhamento deve encorajar os esposos a serem generosos na comunicação da vida. De acordo com o carácter pessoal e humanamente completo do amor conjugal, o justo caminho para o planeamento familiar pressupõe um diálogo consensual entre os esposos, o respeito dos tempos e a consideração da dignidade de ambos os membros do casal. Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Laetitia [222]

O texto mostra alguns pontos que podem influenciar na vida dos recém-casados como o ‘ritmo frenético da sociedade, ou os horários impostos pelos compromissos laborais. Outras vezes, o problema é que o tempo transcorrido em conjunto não tem qualidade; limitam-se a partilhar um espaço físico, mas sem prestar atenção um ao outro’.

O amor precisa de tempo disponível e gratuito, colocando outras coisas em segundo lugar. Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Laetitia [224]

Alguns recursos

A exortação traz alguns apontamentos para os recém-casados e para as Pastorais e grupos de famílias.

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‘Os agentes pastorais e os grupos de famílias deveriam ajudar os casais jovens ou frágeis a aprenderem a encontrar-se nestes momentos, a parar um diante do outro, e inclusive a partilhar momentos de silêncio que os obriguem a sentir a presença do cônjuge’.

Aos casais jovens, a exortação indica criar os seus próprios hábitos:

É bom dar-se sempre um beijo pela manhã, benzer-se todas as noites, esperar pelo outro e recebê-lo à chegada, ter alguma saída juntos, compartilhar as tarefas domésticas. Ao mesmo tempo, porém, é bom vencer a rotina com a festa, não perder a capacidade de celebrar em família, alegrar-se e festejar as experiências belas.

Aos pastores da Igreja, a publicação lembra a necessidade de animar as famílias a crescerem na fé. ‘Para isso, é bom incentivar a confissão frequente, a direção espiritual, a participação em retiros. Mas há que convidar também a criar espaços semanais de oração familiar, porque «a família que reza unida permanece unida»’.

As paróquias, os movimentos, as escolas e outras instituições da Igreja podem desenvolver várias mediações para apoiar e reavivar as famílias. Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Laetitia [229].

O texto evidência a importância de recursos como reuniões de casais vizinhos ou amigos, breves retiros para casais, conferências de especialistas sobre problemáticas muito concretas da vida familiar, centros de aconselhamento conjugal, agentes missionários preparados para falar com os casais acerca das suas dificuldades e aspirações, consultas sobre diferentes situações familiares (dependências, infidelidade, violência familiar), espaços de espiritualidade, escolas de formação para pais com filhos problemáticos, assembleias familiares.

Com o ritmo da vida atual, a maioria dos casais não estará disposta a reuniões frequentes, mas não podemos reduzir-nos a uma pastoral de pequenas elites. Hoje, a pastoral familiar deve ser fundamentalmente missionária, em saída, por aproximação, em vez de se reduzir a ser uma fábrica de cursos a que poucos assistem. [230]

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