8 de maio de 2025, uma data que já entrou para a história da Igreja Católica com a escolha e o anúncio do sucessor de São Pedro, Papa Leão XIV, nascido Robert Francis Prevost. Compreender a trajetória religiosa de Prevost pode nos ajudar a entender seu ministério como Leão XIV.
Com 69 anos, o novo líder da Igreja é o primeiro Papa agostiniano e o primeiro nascido nos Estados Unidos. Nascido em Chicago, em 14 de setembro de 1955, ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977. Ordenado sacerdote em 1982, recebeu formação acadêmica robusta. É bacharel em Matemática, licenciado em Teologia e doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino (Angelicum).
Sua espiritualidade agostiniana marca profundamente sua visão eclesial e ao recordar a frase conhecida de Santo Agostinho: “Para vós, sou bispo, convosco sou cristão”, ele diz a todos que assume essa missão como serviço e que está caminhando no seguimento de Cristo no mundo de hoje.
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O que esperar do pontificado de Leão XIV?
Visto como um cardeal voltado à Doutrina Social da Igreja, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco, o que de fato podemos esperar de seu pontificado?
Os editorialistas da Rádio Aparecida, Felipe Zangari, Diretor Executivo da Rádio Brasil Campinas e Coordenador do Setor Rádio da SIGNIS Brasil, Doutor Melillo Dinis, Analista do Portal Inteligência Política e Irmão Diego Joaquim, Diretor da Rádio Difusora Goiânia falaram sobre a eleição de Robert Prevost como novo Papa, da escolha do nome Leão XIV, seus pilares agostinianos e de como sua jornada religiosa na América Latina, especialmente no Peru, pode contribuir para o olhar cuidadoso da Igreja aos pobres, destacando até mesmo um trabalho de continuidade do Papa Francisco.
Para Melilo Dinis, a escolha do pontífice não foi uma surpresa como foi por apontado por muitos. Para ele, as apostas anteriores aos Conclaves, quase sempre, não se concretizam.
“Ele já era um papável, pela sua história e em decorrência de seu perfil. Podemos esperar um pontificado pleno de realizações, com a construção de pontes e de compromisso com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de muita coragem para enfrentas as incertezas de um mundo e de um tempo cada vez mais sombrios. Ninguém da Igreja vive e passa pela América latina sem conhecer a presença de uma Igreja orgânica e organizada de um modo tão especial, com muita presença mariana, e com uma diversidade que impele a qualquer pessoa de ímpeto missionário, como é o Papa Leão XIV, a um cuidado da Igreja aos pobres, com continuidade ao trabalho de unidade e caridade do Papa Francisco e de atenção às periferias do mundo.”
A escolha também não foi surpresa para o Irmão Diego Joaquim, que revelou ter sido uma alegre surpresa, já que a biografia do Papa diz muito sobre sua vida e missão.
“O fato é que a sua personalidade discreta não o deixava ter uma projeção. A expectativa, portanto, é a de sempre: um Papa continua o trabalho de seu antecessor, com suas características próprias e buscando responder aos desafios do seu momento histórico. E talvez na busca por responder aos desafios de seu próprio momento, eles se diferenciem. Leão XIV começa apontando para uma retomada na reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja, diante da revolução tecnológica que estamos vivendo e que nos afeta; e reforça a importância da comunhão e da sinodalidade como fundamento da nossa caminhada eclesial.”

O nome Leão XIV
O nome sinaliza sabedoria, força, firmeza na fé e liderança. Simbólica e usual na vida da Igreja Católica, a escolha reflete um compromisso com a Justiça Social e a Doutrina Social da Igreja, como destaca o Irmão Diego Joaquim.
“Até agora, ele explica a escolha do nome como retomando o Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum, que fundamenta a Doutrina Social da Igreja. Assim, ele quer atualizá-la diante da nova dinâmica que as tecnologias parecem trazer para a sociedade. É um nome forte, mas creio que não devemos entender essa força como brutal, muito pelo contrário. Uma força que produz comunhão, solidariedade e paz. Uma força que o mundo precisa redescobrir para viver na fraternidade.”
Em conversa com os Cardeais, o novo Papa deu sinais de porque escolheu esse nome, afinal, Leão XIII foi um Papa importantíssimo na história da Igreja, sendo o Papa que quebrou de maneira segura o encerramento do processo de escravatura em diversos países do mundo, como afirma Felipe Zangari.
“No dia 5 de maio de 1888, oito dias antes da assinatura da Lei Áurea no Brasil, o Papa Leão VXIII escrevia um documento endereçado a Corte Brasileira suplicando o fim do processo de escravidão no Brasil. Então, era um Papa de uma sensibilidade social muito forte. Leão XIV já disse que terá uma atenção em como a dignidade humana vem sendo afetada hoje nas diversas situações, especialmente, nessa revolução tecnológica que a gente vive. O peso desse nome ganha um peso do olhar social, do olhar de preocupação para as questões do dia a dia das pessoas alinhadas a uma ortodoxia do ponto de vista filosófico”, revela Felipe Zangari.
Carisma Agostiniano
Como fica claro pelo nome, a ordem segue a linha de pensamento de Santo Agostinho. Seus membros são denominados frades agostinianos ou agostinhos. A Ordem foi fundada no século XIII. Ela não foi estabelecida diretamente por Santo Agostinho, mas sim pelo Papa Inocêncio IV.

Por sua trajetória como superior geral dos Agostinianos, o Papa percorreu diversos países, diversas realidades. Sensível aos que sofrem, o Pontífice os traz no coração e isso certamente será refletido em suas ações de liderança eclesial e social.
“Todos os sucessores de Pedro, cada um na sua maneira e no seu tempo, responderam a este desafio. No entanto, com Francisco essa resposta teve uma marca forte da experiência da Igreja Latino-americana. E creio que Leão XIV, por essa vivência e atuação em uma pequena diocese numa região pobre no coração do Peru, tem uma experiência sensível de atenção no cuidado com os mais pobres”, destaca Irmão Diego Joaquim.
Para Felipe Zangari, o carisma Agostiniano se revelará em duas grandes vertentes, mas em especial na forma que vamos nos deixar ser arrebatados e transformados pela graça divina.
“Santo Agostinho foi flechado pela graça divina em sua conversão, tanto que o emblema dos agostinianos tem um livro que mostra a profundidade teológica e filosófica de Santo Agostinho e, um coração transpassado por uma flecha, que é sinal arrebatador do trabalho de Deus na vida do Santo. Acredito que o Papa Leão XIV, trará esta imagem. Deixamos ser flechados pela graça divina para que o nosso coração, de fato, se transforme. Na esteira disso, uma segunda intuição, o carisma Agostiniano, pensa na conversão a partir do interior, então é necessário que o nosso coração se converta para que a gente transforme as nossas ações e o ambiente ao nosso redor. Acredito que nós vamos ver sinais importantes desse processo também nos documentos e nas declarações do Santo Padre.”
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