Por Beatriz Nery Em Notícias Atualizada em 08 JAN 2019 - 12H37

'O que vem por aí' para o Brasil pós-eleições?

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Em virtude do Debate Aparecida, que ocorreu em setembro do ano passado, o jornalismo da Rádio Aparecida preparou uma série de reportagens que trata das principais áreas de preocupação do eleitorado brasileiro, segundo pesquisa do Datafolha.

Afinal, 'o que vem por aí'? Especialistas foram convidados a trazer uma análise sobre quatro temas que tiveram a função de auxiliar os brasileiros para um voto consciente, com base nas propostas dos candidatos à eleição de 2018.

Segurança pública e violência são temas que sempre estão em pauta. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou, só em 2017, 63.880 mortes violentas intencionais - são mais de 170 pessoas mortas por dia.

O que esperar para 2019 com esses dados? Ouça a primeira reportagem da série “O que vem por aí?”, com produção de Rafael Rodrigues e trabalhos técnicos de Marcos Prado:

Falhas no atendimento do SUS preocupam brasileiros. Faltam médicos?

O Brasil conta com um dos sistemas mais eficientes de saúde pública do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, o programa parece não fazer jus ao que cumpre; não traz nenhum benefício para aqueles que precisam. Impossível não encontrar quem já tenha sofrido ou ainda sofra com as falhas desse sistema em nosso país.

Uma moradora de Cruzeiro, interior de São Paulo, conta o momento de aflição e dor que passou na demora ao ser atendida. “Cerca de um ano atrás, sofri um acidente de moto numa via pública e fui encaminhada para a Santa Casa de Cruzeiro. Chegando por volta de 20h, não havia um ortopedista de plantão. Por esse motivo, eu tive que aguardar amarrada à maca do bombeiro do resgate até as 10h da manhã do dia seguinte, que foi quando o ortopedista chegou”.

A espera por um especialista, ou até mesmo por um clínico de atendimento emergencial, é uma das realidades enfrentadas por muitos brasileiros. Não à toa, um dos principais problemas listados dentro da área da saúde é a falta de profissionais. Mas será que realmente faltam médicos no Brasil?

Na segunda reportagem da série especial 'o que vem por aí?', o que deveremos esperar e no que devemos nos atentar quanto à saúde no Brasil em 2019? Mesmo com um sistema teoricamente funcional, a saúde no Brasil está na UTI:

Desafio da educação: diminuir a desigualdade e transformar vidas

A coordenadora de projetos da ONG Todos Pela Educação, Taiane Pereira, acredita que o próximo presidente não vai encontrar muita diferença na educação que temos hoje: um cenário de crise, e que, apesar de ter vencido alguns desafios nos últimos anos, como por exemplo a defasagem escolar, ainda tem muito que melhorar na questão da aprendizagem.

“Os alunos, apesar de irem para a escola, ainda não estão aprendendo o adequado, então a gente ainda tem níveis muito críticos de aprendizado. Precisamos que os alunos, de fato, consigam aprender aquilo que é o adequado”, afirmou Taiane Pereira.

Outra medida que a coordenadora de projetos destacou foi o investimento que deve ser feito na 'primeira infância', com crianças de 0 a 6 anos. “Tanto na questão do acesso a creches para as famílias que mais necessitam quanto na questão da pré-escola”, acrescentou.

O coordenador do Curso de Pedagogia da Mackenzie, Ítalo Francisco, tem a mesma opinião. “Nós, além de não estarmos atendendo à geração dos nossos adolescentes, não estamos investindo na criança que será o adolescente aqui há 10 anos. Temos que investir na educação infantil, no ensino fundamental nos anos iniciais, para que essas crianças estejam preparadas para ter um ensino médio de alto nível”, afirmou.

O repórter Rafael Rodrigues apresenta dados preocupantes da educação no Brasil: somos o país com o maior número de pessoas sem diploma do ensino médio. Sete em cada dez alunos do ensino médio têm desempenho insuficiente em português e matemática. Ouça a reportagem completa:

Economistas apontam desafios econômicos que devem ser enfrentados pelo novo governo

Nunca se falou tanto ou, pelo menos, preocupou-se tanto com a economia do país como nos últimos anos. A crise enfrentada pelo Brasil trouxe reflexos sentidos até hoje e, com a retomada lenta, ainda não se sabe se a situação vai melhorar.

Para o economista Carlos Stempniewski, apesar da agitação causada pela turbulência da política no país, as previsões da economia brasileira para os próximos anos são otimistas, mas ele alertou sobre o déficit orçamentário.

“O novo presidente vai encontrar um Banco Central bastante focado na questão da condução da política econômica. Agora ele herda um orçamento com déficit absurdo, porque as reformas que precisavam ter sido feitas não foram, então não ele vai pegar um déficit em torno de 60 bilhões de reais”, afirmou Carlos Stempniewski.

Inflação e taxa de juros, duas preocupações que devem ter atenção redobrada da pessoa que vai assumir o planalto. Para o economista Júlio Edson, a inflação ainda vai ser menor em 2019. “Temos inflação muito baixa, atividade econômica retraída, uma inflação relativamente sob controle”.

Quanto o assunto é economia, o problema sentido pelo brasileiro aparece nos números dos desempregados. São mais de 13 milhões de pessoas sem emprego. Além disso, temos 32 milhões de brasileiros ganhando a vida na informalidade.

A Organização Internacional do Trabalho acredita que o desemprego deve cair em 2019, algo que não acontece desde 2014. Este é o sonho de muita gente que, por perder o emprego, acabou figurando entre os devedores e que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito, já chegam a 63 milhões de pessoas.

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