Assembleia Geral CNBB

58ª AG CNBB: coletiva traz análise da conjuntura social e detalha 6ª Semana Social Brasileira

Escrito por Redação A12

13 ABR 2021 - 15H26 (Atualizada em 13 ABR 2021 - 16H34)

Reprodução/CNBB

Nesta terça-feira (13), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou, no segundo dia de coletivas, a análise de conjuntura social, política, econômica e cultural.

Segundo a CNBB, as análises são feitas a partir de um grupo de especialistas convocados pela Conferência. Eles produzem com rigor científico, a partir da visão de diferentes campos de conhecimento.

Outro assunto abordado foi a 6ª Semana Social Brasileira, uma iniciativa da CNBB, por meio da Comissão para a Ação Sociotransformadora, com o envolvimento ativo das pastorais sociais da Igreja Católica, dos movimentos populares do campo e da cidade, de organizações da sociedade civil, igrejas cristãs, povos indígenas e comunidades tradicionais.

Leia Mais58ª AG CNBB: Bispos aprovam carta ao Papa FranciscoA 6ª Semana Social Brasileira promove a mobilização a partir do tema central “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho”, no período de três anos (2020 e 2022).

Um dos momentos centrais será o Seminário Nacional para formação de articuladores, ainda sem data prevista por causa da pandemia de Covid-19. Outros momentos fundamentais serão os Mutirões Regionais ao longo desse período de três anos.

Participaram do bate-papo com os jornalistas, o Bispo de Carolina (MA) e presidente da Comissão de Análise de Conjuntura Social, Dom Francisco Lima Soares; Dom José Valdeci Santos Mendes, Bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora e Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo de Itacoatiara (AM), membro da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora.

A mediação foi do Bispo Auxiliar de Belo Horizonte (MG), Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação.

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A desigualdade social como foco de atenção

Dom Francisco Lima Soares iniciou apontando a realidade complexa e difícil por conta da pandemia e ressaltou que a humanidade vem sofrendo e que a sobrevivência foi colocada à prova devido a atual conjuntura política, o aprofundamento da crise econômica, da fome e da miséria. A crise social salta aos olhos, em especial nas periferias das grandes cidades”, cita o bispo.

Ele exemplifica que hoje 54% das riquezas do planeta estão concentradas em três países: Estados Unidos, China e Japão e que na América Latina e no Brasil, a inflação disparou e há uma grande dificuldade em políticas de preservação do meio ambiente. “Nós estamos desestruturados, a população morrendo, já com 357 mil mortos e não temos uma alternativa eficaz. A realidade é fria, mas precisamos nas pequenas iniciativas tomarmos posição”, defende.

Em resposta a um jornalista, ele explica que nos encontramos em um Brasil que precisa de unidade, de prudência, serenidade, porque é público e notório que a sociedade está dividida. “Em um mundo em contínua mudança, e em discórdia, se não buscarmos a unidade, se não fizermos nada hoje, amanhã poderá ser tarde demais”.

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Sobre a
6ª Semana Social Brasileira, Dom Valdeci expôs as lutas e os eixos estruturais necessários, como, uma democracia participativa, onde o cidadão tem voz, vez e participação.

Ele mostra que a iniciativa quer ser motivadora e articular igrejas e movimentos sociais: “É uma inspiração da comissão que se alarga a toda sociedade”.

Além disso, a 6ª Semana Social Brasileira quer realizar mutirões, gerar ações e transformações sociais, tanto locais, quanto nacionais, reconhecer e valorizar as lutas populares, fazer parceria com movimentos, centrais sindicais, para conseguir uma sociedade mais justa e fraterna que também luta contra a violência e a favor dos direitos humanos, pela dignidade, justiça e fraternidade.

“O próprio Evangelho nos motiva para que todos tenham vida. Famílias inteiras estão indo morar nas ruas, porque não têm dinheiro para o aluguel. Dizem ser um tema de esquerda, mas é o tema da vida. Vida é ter onde trabalhar, vida é ter um teto, um território, é ter liberdade”, argumenta.

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Saúde e Meio Ambiente

Ainda sobre a pandemia de Covid-19, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira lembra que o Brasil passa pelo maior colapso sanitário e hospitalar da história e, como Igreja, a Caridade é o verbo, é ação principal, ou seja, primeiro a solidariedade, mas agora também já é hora da indignação: “O Papa Francisco pede que a gente não se deixe anestesiar a consciência, permanecer indiferentes. Deve-se ajudar as pessoas a fazer o mesmo movimento e se perguntar o porque dos acontecimentos”.

A questão ambiental também teve o seu espaço na coletiva. Dom José Ionilton diz que, mesmo com a pandemia, uma onda de ataques ao bioma tem acontecido e fala sobre dados que apontam aumento de 34% do desmatamento entre julho de 2019 e julho de 2020. “O vírus pode ter nos impedido de uma ação direta, mas o pessoal que favorece o desmatamento não para. Precisamos fazer com que a sociedade reaja, pois o Brasil está sendo cobrado, pois não estamos cumprindo acordos que assinamos no passado".

Ditadura X Democracia

Os jornalistas trouxeram outros temas relevantes e até mesmo o mediador, Dom Mol, respondeu a perguntas. Entre elas a que mais chama atenção é sobre a ditadura.

Reprodução/CNBB
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Em resposta, ele diz que, inusitadamente e
de maneira inesperada, a ditadura está sendo apreciada em detrimento a democracia. “Só consegue apoiar quem nunca passou por isso”, indignou-se.

Dom Mol frisou que a ditadura é um modo de governar com o máximo de intolerância e imposição. A quem pensa diferente, a ditadura não tem o menor escrúpulo de matar quem quer que seja. “A democracia é alegria, é valorização da diversidade pacífica, é a expansão de direitos individuais e coletivos”, aponta.

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