Assembleia da CNBB discute temáticas missionárias e Ecumenismo

O sétimo dia da 57ª Assembleia Geral da CNBB foi essencialmente de temáticas missionárias. Nesta terça-feira (07), foram abordadas questões sobre o Programa Nacional Missionário, a 6ª Semana Social Brasileira e os desafios do Ecumenismo.

Ivan Simas

Para falar sobre esses assuntos, estiveram presentes na Coletiva de Imprensa: Dom Esmeraldo Barreto de Farias, Bispo auxiliar de São Luís (MA) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB; Dom Reginaldo Andrietta, Bispo diocesano de Jales (SP) e Dom Francisco Biasin, Bispo emérito de Barra do Piraí e Volta Redonda (RJ).

Programa Nacional Missionário

Dom Esmeraldo apresentou a base do documento do Programa Nacional Missionário que, segundo ele, traz projetos e ações específicos para o eixo de missão na Igreja do Brasil.

Ivan Simas

O Bispo destacou quatro prioridades que serão trabalhadas no Programa:

- A formação de missionários e a animação missionária: lembrando que, antes do Concílio Vaticano II, os missionários eram pessoas com formação específica. Ele também ressaltou que, hoje, estes são entendidos como todos os cristãos batizados, portanto é preciso fomentá-los.

- A missão 'Ad Gentes': que seria olhar para fora do próprio ambiente, como por exemplo, dentro dos ambientes urbanos, alcançar as periferias existenciais e sociais e também olhar para fora das fronteiras geográficas.

- O compromisso profético-social: visa ajudar pastorais, movimentos e comunidades, para que os fiéis não fiquem presos em suas próprias comunidades.

Dom Esmeraldo destacou também que “a missão não é enfeite para a vida do cristão". E que, mesmo que os meios modernos de comunicação alcancem muitas pessoas, é imprescindível a ida ao encontro do outro. O documento final deverá ficar pronto até o final de junho deste ano.

6ª Semana Social Brasileira

Dom Reginaldo Andrietta trouxe um histórico da Semana Social Brasileira, desde a sua primeira edição, em 1991, inspirada na comemoração dos 100 anos da Encíclica Rerum Novarum.

Ivan Simas

Para ele, toda sociedade incorpora elementos opressivos. Diante desta realidade, a Igreja tem uma missão constante e está aí a importância de propor iniciativas que potencializem a sua ação evangelizadora, como a Semana Social.

Dom Reginaldo disse que a temática da 6ª Semana Social Brasileira já foi aprovada por várias instâncias e será votada no final da tarde desta terça-feira na Assembleia.

Ecumenismo

Dom Biasin falou sobre o perigo de o universo eclesial muitas vezes dar a impressão a seus fiéis de que são únicos e os melhores. Diante disso, elencou três realidades que entende ser importantes e desafiadoras para a vivência do ecumenismo atual:

Ivan Simas

Ecumenismo e Política: Dom Biasin se mostrou preocupado com as crescentes “atitudes de fundamentalismo” no Brasil, por parte de determinados “grupos teológicos”. E que, muitas vezes, as próprias Igrejas são causa de divisão.

Leia MaisPapa explica quais as três dimensões do ecumenismo Ele citou também a criação da “Bancada da Bíblia”, durante as Eleições de 2018, dizendo que a iniciativa pode incorrer num risco “de demasiada influência de doutrina religiosa no processo legislativo”.

Ecumenismo e CNBB: o Bispo anunciou que já foi aprovado que a Campanha da Fraternidade 2021 seja uma edição ecumênica. E destacou que, na noite de hoje na Assembleia, acontecerá a Celebração Ecumênica, com a temática “Procurarás a justiça, nada além da justiça” (Dt 16, 20) que também será trabalhada na Semana de Oração da Unidade Cristã.

Ecumenismo e Papa Francisco: ele também chamou a atenção para o novo jeito de viver o Ecumenismo apresentado pelo Santo Padre, o que foi chamado de três estilos de Ecumenismo: no sangue, no pobre e na missão.