Assembleia Geral CNBB

Como os novos bispos vivem sua primeira Assembleia Geral?

Dom Danival e Dom Eugênio foram empossados há poucos dias e nos falaram da alegria em iniciarem uma nova missão

Escrito por Alberto Andrade

17 ABR 2024 - 15H50 (Atualizada em 18 ABR 2024 - 08H16)

CNBB

O Código de Direito Canônico, no parágrafo 378, destaca que, entre os requisitos para o sacerdote ser candidato ao episcopado, é preciso ter uma fé firme, bons costumes, piedade, zelo das almas, sabedoria, prudência e ser eminente em virtudes humana e dotados das demais qualidades.

“O ministério episcopal não é por escolha do candidato. Ninguém se candidata ao episcopado. É um chamado da Igreja. Então, entre os presbíteros, alguns serão chamados para exercer o ministério episcopal, sendo colocados à frente de uma porção do povo de Deus que constitui uma diocese, disse Dom Geraldo Lyrio da Rocha (1942–2023), ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nesta 61ª Assembleia Geral dos Bispos, a maior Conferência Episcopal do mundo está celebrando o fato que da última assembleia do ano passado até hoje, tivemos 20 novas nomeações de bispos para as dioceses brasileiras.

Conversamos com dois destes bispos recém-ordenados, que contaram um pouco desta nova e abençoada experiência em seus ministérios ao ouvir o chamado de Deus.

O bispo mais jovem do Brasil

Danival Milagres Coelho tem 47 anos, filho da Arquidiocese de Mariana (MG). Sua ordenação aconteceu na cidade de Barbacena no dia 6 de abril e após a Assembleia Geral, ele oficialmente iniciará sua missão como bispo auxiliar de Goiânia (GO) no dia 24 de maio.

Para o A12, Dom Danival expressou a felicidade do cargo e nos confessou que este chamado foi uma surpresa, mas, ao mesmo tempo, uma bênção de Deus.

“É uma alegria que é fruto da consolação espiritual. Por outro lado, com certo temor, porque diante da grandeza deste mistério episcopal, a gente participa da plenitude dos sacerdócios de Cristo, então a gente sente aquele temor, porque a gente se coloca com muita humildade para abraçar essa missão que tem suas exigências.

Eu dizia para o Núncio, eu confio mais na graça de Deus do que na minha capacidade, e assumi com muita alegria. E nesta primeira vez nessa Assembleia, eu estou tendo a oportunidade de conhecer mais a realidade da Igreja no Brasil, conhecer também os outros irmãos de episcopado.

Essa experiência é um prolongamento da alegria vivida no momento da minha ordenação. Tudo isso nos enriquece muito e nos prepara para acolher com mais alegria, mais coragem a missão que me espera em Goiânia”.

Arquidiocese de Mariana (MG)
Arquidiocese de Mariana (MG)


Para o A12, o novo bispo explicou quais serão os trabalhos pastorais e também as semelhanças e diferenças com sua missão anterior.

“Eu fui Vigário Geral para o clero em Mariana (MG). Eu acompanhava diretamente os padres, fazendo esse diálogo, esse intermédio entre o clero e o nosso Arcebispo. Agora eu continuarei este trabalho, acompanhando o clero também de Goiânia. Claro, auxiliando sempre Dom João Justino, acolhendo a demanda que ele me apresentar.

Eu estou indo do Regional Leste 2 para o Regional Centro-Oeste. Então, geograficamente também isso muda muito. Eu vou sair daquele clima gostoso de Barbacena, daquele friozinho, vou para o calor de Goiânia, mas tudo se adapta. Então, eu sei que vou com muita alegria para essa nova missão que a Igreja me confia”.

Da Congregação para a Diocese

Outra realidade retratada para o Portal A12 é a de Dom Eugênio Barbosa Martins, superior-geral da Congregação do Santíssimo Sacramento (SSS) que foi empossado bispo da Diocese de São João da Boa Vista (SP) no dia 7 de abril.

O mineiro de 63 anos detalhou para nós o processo de transição, desta realidade dentro de uma importante congregação para o ambiente diocesano.

Uma mudança realmente muito significativa na minha vida, porque eu estava já destinado para uma missão em Belo Horizonte (MG) e dentro de um espírito de comunidade que a vida religiosa sempre oferece. Então foi um primeiro momento de repensar minha vida, de dar sentido a uma nova missão como Bispo de uma Igreja.

E aos poucos, e com a ajuda de tantos irmãos do próprio Episcopado, com as leituras que me foram oferecidas, fui aprofundando no sentido maior dessa missão. Hoje estou um pouco mais sereno, mas o que é mais importante a partir da ordenação é entrar em uma nova realidade a partir do conhecimento das pessoas.

A Diocese não são estruturas, o que mantém a instituição são as pessoas que estão lá. São 120 padres Diocesanos, mais de 30 diáconos permanentes, mais de 40 seminaristas e mais de quase 100 padres ligados às novas comunidades e todos inseridos na Diocese. Todos com uma potencialidade humana e missionária muito grande”.

Diocese de São João da Boa Vista
Diocese de São João da Boa Vista


Dom Eugênio compartilhou conosco o que mais tocou o coração em sua primeira participação no encontro episcopal brasileiro.

“Fiquei muito feliz com o acolhimento dos bispos, especialmente do regional que agora eu faço parte, em que eu pude experimentar de forma muito prática o que é a colegialidade episcopal, formar a igreja e na sua diversidade, porque aqui nós somos quase 450 bispos, com mentalidades diferentes, experiências e teologias diferentes.

Um dos pontos que me chamou muita atenção é o projeto com a juventude. Eu fui assessor da Pastoral em alguns anos. O projeto fala de investimentos em forças, energias, pessoas e também de recursos. Eu estou muito inspirado, motivado para dar uma nova disposição a essa experiência”.


Guilherme Machado e Luiz Lopes Jr. falam do oitavo dia da Assembleia Geral


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