Os brasileiros já conheciam vários grupos de imigrantes que haviam começado a chegar vindos da Europa, a partir da segunda metade do século XIX. Entre os imigrantes a maioria era de italianos que se estabeleceram especialmente nos estados do sudeste e do sul do Brasil, desmatando terras, se dedicando a agricultura e pecuária.
A maioria dos imigrantes fugia das precárias condições de vida na Europa, contribuindo para resolver o grave problema social em seus países de origem e, ao mesmo tempo, substituía a mão de obra escrava nas lavouras do café.
Em 1890, começaram a chegar as primeiras levas de imigrantes húngaros e árabes. Nesse período, a imigração italiana se intensificou, bem como a imigração portuguesa e espanhola. Calcula-se que entre o começo do século XIX e a metade do século XX, cerca de 5 milhões de imigrantes europeus e asiáticos tenham entrado no Brasil.
Como se deu a imigração japonesa ao Brasil
No dia 18 de junho de 1908, um navio chamado Kasato-Maru aportou em Santos (SP) com 781 japoneses contratados para trabalhar em fazendas do café no país. O fato marcou o início da imigração nipônica ao Brasil, cujo fluxo cessou quase que totalmente em 1973, com a vinda do último navio de imigração, o Nippon Maru. As primeiras famílias de japoneses eram formadas, sobretudo, por pessoas oriundas de áreas pobres que desenvolvia a agricultura.
O processo imigratório não ocorreu por acaso, pois como o Brasil necessitava de mão-de-obra para o cultivo do café e o Japão enfrentava problemas referentes à falta de emprego, foi firmado um acordo entre os dois países e o governo brasileiro facilitou a entrada desses estrangeiros.
No período anterior à duas Grandes Guerras mundiais o sistema feudal japonês havia entrado em declínio, ocorreu um processo de mecanização do campo que desencadeou um processo de desemprego e miséria.
Os imigrantes chegados ao Brasil precisaram superar muitas dificuldades como língua, cultura, religião, clima e preconceito, mas os trabalhadores não podiam regressar ao seu país de origem, pois tinham estabelecido contratos de trabalho que deveriam ser cumpridos e os acordos eram quase sempre desfavoráveis aos japoneses.
Calcula-se que cerca de 243,4 mil “filhos da terra do Sol nascente” tenham desembarcado no Brasil, se concentrando principalmente no Paraná, no estado de São Paulo e Mato Grosso.
Em 1938, ano antecedente à Segunda Guerra Mundial, as dificuldades aumentaram e o governo federal começou a limitar as atividades culturais e educacionais dos imigrantes, decretando o fechamento das escolas estrangeiras, principalmente japonesas, alemãs e italianas.
Com a guerra a ação dos imigrantes a situação se complicou ainda mais e a população não podia ouvir a transmissão de rádio do Japão ou falar seu idioma. Aconteceram casos de japoneses que foram detidos pela polícia por suspeita de espionagem e a aglomeração de japoneses também foi proibida. Com o fim da guerra a situação foi gradualmente melhorando.
Atualmente, o Brasil abriga a maior população de origem japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de japoneses e seus descendentes diretos vivendo aqui. As gerações japonesas e os percentuais presentes no Brasil são assim definidos:
• Isseis (japoneses nascidos no Japão) 12,51%.
• Nisseis (filhos de japoneses) 30,85%.
• Sanseis (netos de japoneses) 41,33%.
• Yonseis (bisnetos de japoneses) 12,95%.
Os imigrantes japoneses vieram para o Brasil com muita vontade de trabalhar, trazendo também arte, costumes, língua, crenças e conhecimentos que contribuíram para o enriquecimento do país que possui grande variedade de culturas.
Dia da Imigração japonesa. A data foi sancionada em 2005, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comemorar a chegada dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil.
Movimento contrário
De acordo com dados oficiais das autoridades japonesas, os brasileiros documentados morando no Japão chegam a 286,5 mil pessoas, constituindo a terceira maior comunidade de estrangeiros naquele país, atrás apenas dos coreanos e chineses.
A migração de brasileiros em direção ao Japão ocorreu, sobretudo, a partir de 1988, momento em que houve um grande crescimento no contingente que praticamente dobrou de um ano para outro. E o crescimento não parou, mesmo com a recessão implantada no país.
No ano de 2003, os dekasseguis, como são chamados os brasileiros que vivem no Japão, já totalizavam cerca de 274 mil. O governo japonês decidiu fazer a revisão da lei de controle de imigração, em junho de 1990 e, animados com a possibilidade de trabalhar e morar por um período relativamente longo no país, milhares de descendentes de japoneses e seus cônjuges até a terceira geração desembarcaram buscando trabalho, especialmente como operários em fábricas. O trabalho era pesado, mas financeiramente recompensador.
Por quase duas décadas, brasileiros se mantiveram como a terceira maior comunidade de estrangeiros na “terra do sol nascente”, atrás dos chineses e dos sul-coreanos, mas nos últimos dez anos a situação começou a mudar e os brasileiros foram ultrapassados pelos filipinos e pelos vietnamitas.
Pastoral nipo-brasileira
A Pastoral Nipo-brasileira (PANIB) é uma associação cívico-religiosa, que integra o Setor Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), não tem fins econômicos, e congrega todos os missionários católicos (clérigos, religiosos e leigos) que se dedicam, direta ou indiretamente, à evangelização e catequização dos japoneses e seus descendentes ou outros, radicados no Brasil.
Seu objetivo consiste na integração da comunidade nipo-brasileira na Igreja Particular e Local, bem como na vida nacional e, para isso, busca estimular os missionários, integrando-os no Plano Pastoral das respectivas Dioceses e Paróquias. Busca também fornecer oportunidades, aprofundando o conhecimento sócio-político, econômico, cultural e religioso do Brasil, crescendo na vivência espiritual, através de retiros, encontros, reuniões, romarias e outros eventos, animando também a convivência fraterna.
Todos os anos a PANIB realiza a sua romaria ao Santuário Nacional.
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