O Catecismo da Igreja Católica ensina que «a nossa profissão de fé começa por Deus, porque Deus é “o Primeiro e o Último” (Is 44, 6), o Princípio e o Fim de tudo» (Catecismo, 198). Assim sendo, é correto dizer não somente que Deus está acima de tudo e de todos, mas que também está no princípio e no fim de todas as coisas.
Essa verdade é uma verdade de fé e deve guiar nossa vida, fazendo que as diversas urgências e necessidades do nosso dia a dia não nos levem a nos esquecer da hierarquia que governa nossas vidas.
Leia MaisO papel da mulher na política e seus desafiosMachismo e Feminismo: Como um católico pode se posicionar?Quem não é católico, mas crê em Deus, pode ser salvo? Agora bem, é preciso entender que esta soberania divina não se revelou sendo ameaçadora ao homem. Deus não é um tirano, um déspota que se vale de sua divindade para submeter à vassalagem, sob um jugo cruel, a sua criação, menos ainda os seres humanos.
Foi o Seu Filho muito amado que o demostrou, e o continua demostrando, de modo completo quando, ao encarnar-se para a salvação dos homens, não se valeu de sua condição divina e revelou, como plenitude e mediador da revelação, que Deus é amor.
Vejamos como o coloca São Paulo:
«Jesus, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz» (Filipenses 2,6-8)
A soberania divina não justifica nenhuma arbitrariedade e não é fonte ou razão de nenhuma opressão. O reino divino é o da verdade, e o da libertação que essa verdade traz. Ele fundamenta a liberdade na verdade, e a verdade na caridade. Deus está acima de tudo e de todos, não como concebe o coração humano ferido pelo pecado, mas segundo a Sua completa liberdade divina, que é o amor, revelando que os nossos pensamentos de grandeza muitas vezes não são os de Deus:
«Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos» (Isaías 55,8-9)
As Sagradas Escrituras são inequívocas ao revelar que a grandeza de Deus é a grandeza de Seu amor que perdoa, de Sua clemência que dura gerações sem fim, de Sua misericórdia que é grande. Sua grandeza é a grandeza da eterna compaixão, que só não pode perdoar aquele se fecha à sua justiça.
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