Espiritualidade

Finados: uma reflexão sobre o modo como vivemos

Mais do que uma referência de que um dia todos morreremos, a data nos mostra que um dia retornaremos ao lugar onde todos se igualam

Escrito por Anderson Felipe

02 NOV 2023 - 07H00

Ian Dyball / Shutterstock

Neste Dia de Finados somos convidados a refletir sobre nossa passagem por essa vida. Para todos aqueles que creem, a morte não é o fim, mas o começo de uma vida nova junto do nosso Senhor por toda eternidade (Jo 11, 25-26). Diante disso, entendemos que a morte não é nossa inimiga, mas uma aliada que deseja nos levar de volta aos braços do Pai.

A vida, por sua vez, é dom de Deus dado a nós como presente; por isso é nosso dever zelar por ela. A cada dia vivido, estamos mais próximos do “retorno ao nosso lugar de origem”, ou como podemos ver em latim no alto dos portões de cemitério, Revertere ad locum tuum.

Ao meditarmos o significado profundo dessa frase também somos chamados a viver uma vida digna, honesta e na presença do Senhor. (Diante disso convido você a meditar o significado profundo dessa frase). 

Leia MaisDia de Finados: celebrar a ressureição daqueles que adormeceram no CristoQual o sentido de ir ao cemitério no Dia de Finados?

Mais do que uma referência de que um dia todos morreremos, ela nos mostra que um dia retornaremos ao lugar onde todos se igualam, onde riquezas, status social, poder, nada disso mais importa, todos voltaremos ao pó.

A única coisa que levaremos dessa vida são as coisas que fizemos, sejam elas boas ou ruins. Para aqueles que buscaram viver bem essa vida, iremos voltar aos braços do Pai, Aquele que nos criou.

Somente isso já nos bastaria para buscarmos ser pessoas melhores, mas ainda existe uma outra visão que pode ser compartilhada: “Revertere ad locum tuum” nos mostra como viver. Devemos sempre retornar às nossas origens, todo o percurso que traçamos para chegar onde estamos hoje. Cada desafio vencido, cada barreira superada, também as perdas que tivemos ao longo do caminho, sejam elas materiais ou perdas de entes queridos. Todo esse processo nos trouxe até o momento atual.

Ouso dizer que, fazer esse exercício de retornar sempre as nossas origens e refletir que nada levaremos dessa vida, nos ajudará a sermos pessoas melhores, materialmente desapegadas, pois tudo o que conquistamos ficará aqui. Além disso, seremos mais humildes e compassivos, capazes de sentir a dor do próximo e estender a mão a quem precisa.

E ao chegarmos ao final da vida e olharmos para trás, veremos o quanto ela valeu a pena e poderemos usar com propriedade as palavras de Paulo: 

“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2Tm 4, 7).

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