Para nós, católicos, a Bíblia contém 73 livros: 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Acreditamos que todos esses 73 livros são divinamente inspirados pelo Espírito Santo, o que quer dizer que Deus iluminou o intelecto dos autores sagrados para que escrevessem tudo o que Deus quis que eles escrevessem.
Com o auxílio do mesmo Espírito, que inspirou os autores sagrados, o Magistério da Igreja determinou que somente esses 73 livros são divinamente inspirados. Já no século IV, a Igreja determinou quais livros são parte do cânon (a lista dos livros da Bíblia), e reafirmou definitivamente esse cânon durante o Concílio de Trento (1545-1563).
Porém, durante os primeiros séculos da cristandade, muitos outros livros foram escritos que não foram considerados inspirados por Deus. Entre esses textos, alguns são chamados de “apócrifos”, que vem de uma palavra grega que significa “coisas escondidas”. Vários desses livros são muito fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e alguns contêm heresias. É principalmente por esse motivo, entre outros, que a Igreja nunca os considerou divinamente inspirados e, portanto, nunca fizeram parte do cânon da Bíblia.
Leia MaisComo interpretar a Bíblia corretamente?Por que a Bíblia católica é diferente da evangélica?Quando a Bíblia foi escrita? Quem a escreveu?Alguns exemplos de livros apócrifos são:
arrow_forward Evangelho dos Hebreus,
arrow_forward Protoevangelho de Tiago,
arrow_forward Evangelho de Pedro,
arrow_forward Evangelho de Nicodemos e
arrow_forward Evangelho de André.
Também existem os Atos de Pedro, Atos de Paulo, Atos de Felipe, Atos de João e Atos de Tomé. Percebam como a maioria destes livros tem o nome de um dos 12 Apóstolos, sendo que o autor do livro o atribuiu a um dos Doze.
Diante da existência de tantos textos apócrifos, surge a pergunta sobre a sua veracidade e legitimidade; será que podemos acreditar neles? Em primeiro lugar, é possível que estes textos contenham alguma coisa de verdade, e que nem tudo neles tenha sido inventado ou totalmente exagerado. Porém, devemos ter bastante cautela ao lê-los, uma vez que sabemos que não são inspirados por Deus e que também contêm erros. Os muitos exageros e falsificações que se encontram nestes textos sobre quem era Jesus e o que Ele fazia não podem levar para um porto seguro.
Finalmente, vale a pena notar que a Bíblia sempre deve ser lida em comunhão com a Igreja, pois as mesmas Escrituras não somente surgiram dentro da Igreja (os autores sagrados eram membros da Igreja primitiva e se baseavam na própria Tradição da Igreja), mas também foram “carimbadas” pela Igreja. Diante de uma abundância de textos, foi a Igreja que, sendo guiada e auxiliada por Deus, determinou quais livros realmente contêm a verdade para a nossa salvação.
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