Um anjo, fiel protetor,
era sua companhia e parceria
nos cantos constantes
em louvor a Deus.

A presença do anjo pôde ser constatada pelo seu esposo, Valeriano, que um dia chegou à sua casa e viu Cecília rezando e, ao seu lado, o anjo da guarda. Essa visão resultou na conversão de Valeriano.

Cecília viveu com alegria o seu amor a Deus, decidindo, ainda muito jovem, ser esposa de Cristo, jurando virgindade perpétua.

Entre seus louvores está um trecho bíblico que, de acordo com as atas do seu martírio, Cecília entoou como hino de amor a Deus durante os festejos do seu casamento: 

Historicamente não consta que Cecília tocasse algum instrumento musical, porém uma interpretação das atas do seu martírio, referente ao texto “Cantantibus ou canentibus organis...”, foi traduzida para “Cecília cantando com acompanhamento de órgão”, levando os artistas do período renascentista a representarem Santa Cecília com um instrumento musical nas mãos.  

O que é importante destacar é que, mesmo não sendo certo que Cecília tocasse algum instrumento, os seus louvores a Deus e seu testemunho do Evangelho tocaram muitas pessoas, levando-as à conversão. Por isso, ela é celebrada como Padroeira dos Músicos.

O seu compromisso com Deus foi tão fiel a ponto de preferir o caminho do martírio, após as autoridades romanas descobrirem que era cristã. Cecília foi presa no banheiro de sua casa para morrer por asfixia pelos vapores d’água. Sua fé e confiança em Deus permitiram que ela passasse um dia e uma noite inteiros nesse ambiente, sem que lhe acontecesse nenhum mal.

O prefeito romano ordenou, então, que Cecília fosse decapitada imediatamente. Preparando-se para o acontecimento ela ajoelhou-se, expôs o pescoço e, sorridente, esperou o golpe. O carrasco deu-lhe três golpes de espada, sem, entretanto, conseguir degolá-la.

Mortalmente ferida, Cecília ficou no chão por três dias, durante os quais animou os cristãos que foram vê-la a não renegarem a fé. Os soldados pagãos, que presenciaram tudo, também se converteram.

Durante o tempo em que ficou ali, pediu os Sacramentos que imediatamente foram ministrados pelo próprio Papa, que lhe concedeu a Eucaristia e a Extrema Unção.

Ao Papa, Cecília também entregou todos os seus bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido foi transformar a sua casa em igreja, o que o Papa fez logo depois da sua morte.

No terceiro dia, Cecília, percebendo a chegada da morte, fez o seu último ato de fé, mostrando o polegar de uma das mãos e três dedos da outra, reafirmando, assim, sua crença em Deus Uno e Trino.

O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que soubessem o local do seu jazigo. Uma aparição de Cecília ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe uma indicação para que encontrassem o caixão de cipreste, que guardava as preciosas relíquias da Santa.