Por Pe. Sabatino Majorano, C.Ss.R. Em Espiritualidade

Solenidade do Santíssimo Redentor

São múltiplas as estradas através das quais a Igreja procura penetrar o mistério do Cristo, Senhor e Redentor. O Redentorista está convencido de que todas precisam confluir no amor. “Obrigam-se os Redentoristas, seguindo sempre o magistério da Igreja, a serem, entre os homens, servos humildes e audazes do Evangelho de Cristo, Redentor e Senhor, princípio e modelo da nova humanidade”. Este anúncio visa especialmente a Copiosa Redenção, isto é o amor de Deus Pai ‘que nos amou primeiro, e nos enviou seu filho, como propiciação pelos nossos pecados’ (1Jo 4,10) e que pelo Espírito Santo vivifica a todos que n’Ele creem (n.6).

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É um amor que não se deixa bloquear nem sequer pela recusa mais absurda: o da cruz. Olhando o Crucificado, o Redentorista encontra não a derrota, mas a vitória pascal no amor. Faz sua a perspectiva inculcada por Santo Afonso na Prática do Amor a Jesus Cristo: “Pôde dizer o grande amante de Jesus Cristo, São Paulo: O amor de Cristo nos impele (2Cor 5, 14). E quis dizer o Apóstolo que não tanto aquilo que Jesus Cristo sofreu, mas sim o amor que nos demonstrou ao sofrer por nós, nos obriga e quase nos força a amá-lo” (em Opere Ascetiche, vol 1, Roma 1933, cap. 1, n. 8,5).

Porque é expressão de amor, a “redenção atinge o homem todo, aperfeiçoa e transfigura todos os valores humanos, para que todas as coisas sejam recapituladas em Cristo (cf. Ef 1, 10: 1Cor 3, 23) e conduzidas a seu fim: uma nova terra e um novo céu (cf. Ap 21, 1)” (Constituição 6).

 

"O Redentor é amor, que quer irradiar-se, comunicar-se, levando todos à pleniude e à felicidade".

Por isto, os Redentoristas não se cansam de anunciar que somente no Redentor “encontra verdadeira luz o mistério do homem... revelando o mistério do Pai e do seu amor revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime” (Gaudium et spes, n. 22).

O Redentor é amor, que quer irradiar-se, comunicar-se, levando todos à pleniude e à felicidade. A sua Kênosis, até o absurdo da cruz (cf. Fl 2,6-11), desmente todas as “suspeitas” com relação a Deus que nossa cultura tem acumulado: Deus não limita o homem, mas se faz dom incondicionado, que enche de esperança toda a nossa história.

Dedicando-se com todas as suas forças ao anúncio da “Copiosa Redenção”, todo Redentorista sabe, como repetia Santo Afonso, que é seu “dever principal” o de “deixar em cada pregação que faz os seus ouvintes inflamados do santo amor” (Opere Complete, vol. III, Torino 1847-288).

Por isto, os Redentoristas procuram compreender o mistério do Redentor pondo-se sempre no lugar daqueles que mais necessidade têm dele, porque mais marcados pelas consequências nefastas do pecado.

O Redentor não é só quem deve anunciar, mas também quem deve “continuar” para que o anúncio seja autêntico. Compartilhar das dificuldades daqueles que têm mais empecilhos para abrir-se ao amor do Redentor, é sempre o primeiro passo para toda evangelização autêntica.

A vida cotidiana será indicada como o lugar em que o amor do Redentor atinge toda pessoa: enquanto dura, poderá abrir-se à esperança. Os pobres e os abandonados descobrirão a dignidade de batizados e a vocação à santidade.

 

Sabatino Majorano, CSsR
Roma, Itália

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