O que São Tiago e São Cristóvão têm em comum?

No dia 25 de julho, a Igreja celebra dois grandes mártires: São Tiago Maior, o primeiro apóstolo a morrer por Cristo, e São Cristóvão, o santo gigante que, segundo a tradição, carregou o Menino Jesus nos ombros.

À primeira vista, a única coisa em comum dos dois santos pode ser dividir a mesma data litúrgica, pois um era pescador da Galileia e outro, um convertido da Lícia, uma região da Turquia. Mas ambos têm o essencial para Deus: foram homens que levaram Jesus até os outros com coragem e fé.

São Tiago: o “filho do trovão” que não hesitou

Chamado por Jesus enquanto ainda consertava redes com o pai, São Tiago atendeu sem hesitar. Deixou tudo para trás e seguiu o Mestre. Participou dos momentos mais íntimos da vida de Cristo: a Transfiguração, a ressurreição da filha de Jairo e a agonia no Getsêmani.

Era tão fervoroso na missão que Jesus apelidou ele e seu irmão João de “Boanerges”, que significa “filhos do trovão” (Mc 3,17), por causa do zelo ardente com que anunciavam a Boa Nova.

Não passava pelo coração e mente de Tiago o medo de enfrentar a perseguição por anunciar Cristo. Assim, pregou na Judeia, na Samaria e, segundo a tradição, também na Espanha. Ali, teria construído um templo em honra à Virgem Maria, após uma aparição Dela sobre um pilar, daí a origem da devoção à Nossa Senhora do Pilar.

São Tiago foi o primeiro apóstolo a ser martirizado, como relata o próprio Livro dos Atos dos Apóstolos (At 12,2). Sua memória é preservada no Martirológio Romano, que destaca seu testemunho de fé até a morte.

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No Breviário Romano, usado na Liturgia das Horas, a festa de São Tiago é celebrada com louvores à sua fidelidade e coragem. São João Paulo II, em uma catequese, destacou em referência a esse versículo: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Sim, disseram-lhe. De fato, bebereis meu cálice.” (Mt 20, 22-23).

“Tiago, filho do trovão, tornou-se voz da paz ao beber o cálice do Senhor.”

São Cristóvão: a força que levou Cristo ao outro lado

Já São Cristóvão é famoso pela imagem em que carrega o Menino Jesus nos ombros. Esse gesto revelava sua força física para servir os outros. Segundo a tradição, vivia às margens de um rio, ajudando viajantes a atravessarem.

Até que um dia, uma criança pediu ajuda. Cristóvão a carregou, mas o peso aumentava a cada passo. Quando chegaram ao outro lado, a criança revelou ser o próprio Cristo.

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O Martirológio Romano lembra seu martírio no século III, destacando sua conversão radical e sua firmeza na fé diante da perseguição. Ele evangelizou em meio ao paganismo e, mesmo preso e torturado, manteve-se fiel. Converteu até mulheres enviadas para seduzi-lo.

O Papa Bento XVI, ao falar sobre os santos populares, afirmou:

“Cristóvão, aquele que carrega Cristo, nos mostra que cada cristão é chamado a ser ponte entre Deus e o próximo.”

Paulus divulgação

O que aprendemos com os dois?

Tiago e Cristóvão viveram vocações diferentes, mas com a mesma direção de levar Cristo aos outros. Um fez isso pregando e fundando comunidades. O outro, com gestos concretos de caridade. Ambos se colocaram a serviço. Ambos foram fiéis até o fim.

Hoje, em um mundo sedento de referências autênticas, eles nos mostram que carregar Cristo, seja no coração ou nos ombros, ainda é o caminho mais seguro para alcançar o Céu.

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