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História da Igreja

A Tragédia de Pompéia: o impacto do Vesúvio

Pe Jose Inacio de Medeiros

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

22 SET 2025 - 16H24 (Atualizada em 22 SET 2025 - 16H55)

Marco Gabbin/ Adobe Stock

Um dos episódios mais impressionantes da história do Império Romano refere-se à destruição da cidade de Pompéia devido à erupção do Vesúvio no ano 79 d.C. Se por um lado existe a tragédia, por outro lado, a cidade ficou conhecida por ter sido preservada sob toneladas de pedras e cinzas vulcânicas.

A localização da cidade de Pompéia junto com Herculano, a outra cidade destruída, ficou esquecida no tempo, até fins do século XVIII, quando em 1748, foi redescoberta e os arqueólogos começaram a escavá-la, concentrando seus esforços nos níveis associados à tragédia, revelando casas, utensílios, pinturas e corpos em posição de fuga, com feições de sufocamento e dor provocados pelas cinzas e gazes venenosos.

Quando as imagens começaram a circular pelo mundo, estudiosos tiveram a sensação de terem encontrado uma cápsula do tempo, com a cidade subitamente paralisada no ano em que foi destruída.

Desta forma, até hoje está sendo possível estudar e conhecer diversos aspectos da vida de seus moradores que, indiretamente, podem ser associados ao restante do Império Romano que, em pleno século I d.C., vivia o seu apogeu.

O Vesúvio

O Monte Vesúvio localiza-se a 9 km do centro de Nápoles, a cidade mais importante do sul da Itália, que hoje apresenta uma população próxima de 4 milhões de habitantes, estando também não muito longe do Golfo de Nápoles, muito relacionado com a vida de Santo Afonso de Ligório, fundador da Congregação Redentorista, pois o seu pai era do almirantado que comandava a marinha do reino.

O território da atual Itália conta com outros dois vulcões: O Etna, localizado na Sicília, e o Stromboli, localizado na ilha do mesmo nome, mas por suas características o Vesúvio é considerado o mais perigoso por causa das explosões, da força da erupção e ainda pela quantidade de pessoas que vivem ao seu redor.

A última vez que o Vesúvio entrou em erupção foi em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, mas sua erupção mais famosa refere-se à destruição das cidades de Pompéia e Herculano no ano de 79 a.C., inclusive esse fato veio se somar a outros usados para justificar a crença daqueles que acreditam ser “agosto, o mês do desgosto”.

A cidade de Pompéia

A região de Pompeia, pertencente à Província de Catânia, começou a ser habitada na Idade do Bronze, por volta de 3 mil anos a.C., passando por várias dominações até ser conquistada e ocupada pelos romanos por volta do século IV a.C. Sua população, antes da destruição aproximava-se de 12 mil habitantes, dos quais cerca de 4 mil morreram.

Na atualidade, a cidade é considerada um dos mais importantes sítios arqueológicos não só da Itália, como do mundo, se transformando também num importante centro turístico.

Desde o século XVIII as pesquisas continuam trazendo à luz a realidade da vida daquele tempo. As novas pesquisas mostram que a destruição não significou o fim da ocupação humana no local, indicando que algumas áreas da cidade voltaram a ser habitadas por mais de 04 séculos após o desastre.

lara-sh/ Adobe Stock  lara-sh/ Adobe Stock Vista panorâmica da antiga cidade de Pompeia, antiga cidade romana, destruída pela erupção do Monte Vesúvio.

Os estudiosos acreditam que a erupção do Vesúvio tenha ocorrido no dia 24 de agosto e a fortíssima explosão lançou uma chuva de pedras, cinzas e gases venenosos sobre a cidade, matando boa parte de seus moradores e a soterrando sob uma camada com mais de 6 metros de espessura.

Acreditam também que a erupção tenha durado cerca de 18 horas ocorrendo em duas fases conforme sua intensidade. A primeira fase se deu com a queda de cinzas e detritos que cobriram a cidade e provocaram desabamentos. A segunda fase trouxe intensas correntes de gás quente e cinzas que atingiram o solo, matando muitos dos que haviam sobrevivido à primeira fase. 

As mesmas pesquisas indicam a possibilidade de que tenham ocorrido terremotos de menor intensidade durante a erupção e que isso tenha provocado os desabamentos que ajudaram a intensificar o número de mortos.

As técnicas de construção, o tipo de material empregado e a natureza dos objetos encontrados indicam que as ocupações posteriores à erupção, depois que os gases se dissiparam, foram marcadas pela improvisação, pela reutilização de materiais e pela ausência de planejamento urbano.

Os ocupantes incluíam sobreviventes da erupção que não conseguiram se estabelecer em outras localidades e indivíduos vindos de fora da cidade, em busca de abrigo ou de objetos de valor ainda soterrados.

A reocupação, de caráter fragmentado, não envolveu obras públicas nem restabelecimento de instituições cívicas, tratando-se de uma forma de assentamento sem grande infraestrutura, formado por construções adaptadas e reutilização de edifícios parcialmente preservados.

Santo Afonso e o Vesúvio

Na vida de Santo Afonso existe uma passagem que, inclusive, foi apresentada em seu processo de canonização. Na ocasião, ele morava no convento de Pagani onde passou os últimos anos de sua vida.

O bairro localiza-se na periferia de Nápoles e nosso santo fundador já estava envelhecido e doente, mas numa emergência, com o risco do Vesúvio entrar em erupção, Santo Afonso foi levado a uma janela aberta em direção do Vesúvio, e de lá abençoou o vulcão que imediatamente se acalmou para regozijo da população alarmada.

O convento redentorista que ainda existe e que foi a Casa Geral da Congregação por muitos anos, ainda preserva a janela de nosso santo, abençoou o vulcão que ainda hoje está “adormecido”.

Santuário de Nossa Senhora e Pompéia

Não muito distante do sítio arqueológico de Pompéia, localizado na nova cidade, existe hoje o belo santuário dedicado à Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, onde se destacou a figura do beato Bartolo Longo, conhecido como o “apóstolo do santo rosário”.

Alguns redentoristas como Pe. Antonio Losito, Emanuele Ribera e Giuseppe Leone se destacaram como diretores espirituais de Bartolo Longo porque por algum tempo os redentoristas também foram responsáveis pelas confissões no santuário que, após a origem da devoção em 1876, se tornou o centro de sua missão e evangelização.

Num dos altares laterais existe uma bela figura de Santo Afonso, representado pisando sobre o jansenismo, uma vez que sua Teologia Moral se contrapõe a esta doutrina de caráter rigorista, destacando, sobretudo, a misericórdia de Deus e a sua benignidade para com o pecador.

add Leia também: A história da arquitetura romana

Escrito por:
Pe Jose Inacio de Medeiros
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista que atua no Instituto Histórico Redentorista, em Roma. Graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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