A liturgia, conhecida como “Ação do povo de Deus”, não envolve somente a celebração da Santa Missa, mas também os ritos e orações são seguidos pela sagrada liturgia. É uma orientação do que vai acontecer ao longo da celebração.
Durante os atos litúrgicos, é preciso evitar algumas ideologias e não “criar” uma liturgia própria. A todo o momento, a Igreja propõe reformas para caminharmos juntos como Igreja. Nós fazemos parte de um Corpo que tem Cristo como cabeça, ou seja, a liturgia deve estar voltada para a cabeça que é Cristo.
Na história da nossa fé, a liturgia era celebrada de forma diferente da que conhecemos hoje, mas foi se adaptando com o tempo. O povo judeu, no Antigo Testamento, se reunia no templo para recitar salmos e ouvir a Torah, já no Novo Testamento, os judeus se reuniam e celebravam na sinagoga. Os salmos eram rezados por Jesus e pelos apóstolos.
Após Cristo ressuscitar, os discípulos iniciaram a vida da Igreja primitiva celebrando a liturgia, anunciando a Palavra, partilhando tudo o que tinham em comum e partindo o pão. Atualmente, muita coisa mudou, mas a essência permanece, o anúncio da Palavra e a partilha do pão. Ao longo da Santa Missa participamos de duas grandes mesas: a da Palavra e a da Eucaristia, temos que abrir os ouvidos e o coração para que a Palavra faça morada em nós, após acolhermos a Palavra, comungamos da Eucaristia.
“O trabalho da Igreja é oferecer aquilo que é próprio da liturgia, a tradução bem feita dos rituais, o processo formativo, para que a Liturgia seja bem compreendida e bem celebrada, ajudando também a compreender do ponto vista teológico-ritual para que não se intervenha sobre a Liturgia de modo arbitrário. O povo de Deus e quem trabalha na liturgia precisam de formação para essa compreensão, pois todos nós somos Corpo de Cristo”, disse Dom Hernaldo Pinto Farias, membro da Associação e Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O bispo deu um exemplo de como a formação litúrgica é necessária para todos os envolvidos nos ritos.
“Quando um coral canta as aclamações da Oração Eucarística, e o povo fica só observando, o coral tira da assembleia a participação do povo. Eles precisam de um processo formativo para esta compreensão. O coral vai cantar, alguém faz o solo e a assembleia repete. O povo de Deus não pode ser excluído daquilo que é próprio da participação na ação dos ritos”.
Aqui no A12 você confere em detalhes como foi o encontro da Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI) realizado no Seminário Santo Afonso em Aparecida, onde foi abordada a mistagogia, os mistérios dos sacramentos quando estamos cantando, ou até mesmo nas leituras durante as missas e momentos oracionais.
“O objetivo deste encontro foi trabalhar conceitos, para que quando se volta a comunidade se possa identificar o que foi conceituado. Não podemos nos limitar somente na Eucaristia, a mistagogia envolve todo o sacramental da Igreja”, disse Dom Jerônimo Pereira Silva, presidente da ASLI.

A Assembleia Geral acontece todos os anos desde 1990 e já foram realizados 30 encontros gerais ordinários. Neste ano de 2025, o evento aconteceu pela primeira vez em Aparecida, destacando o Santuário como um destino de peregrinação religiosa dos mais diversos movimentos da Igreja Católica.
“O Santuário Nacional deve ser referência litúrgica no Brasil, por isso todo o cuidado de como se celebra aqui, a escolha dos cantos e o exercício dos ministérios. E ao evitar as coisas que não estão previstas na liturgia, ela consegue se resplandecer por si só, por sua beleza em si, e isso forma e gera consciência litúrgica” afirmou Dom Hernaldo.
Acompanhe este material do A12 sobre a participação do povo de Deus na Liturgia
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