O continente americano, do sul ao norte, é marcado por uma diversidade de povos, culturas e histórias. Em meio a essa pluralidade, há um ponto em comum que atravessa fronteiras e séculos: a devoção à Virgem Maria. Sob diferentes títulos, traços e nomes, ela é acolhida como Padroeira Nacional, Mãe e intercessora, profundamente ligada à identidade e à caminhada de fé de cada povo.
Antes de ser roteiro turístico, realizar uma peregrinação é, sobretudo, um convite à oração. Ao contemplar Maria nas Américas, somos conduzidos a reconhecer como Deus se faz próximo na história concreta dos povos. Em 2026, ao planejar uma viagem ou mesmo ao conhecer esses santuários à distância, permita-se percorrer esse caminho com o coração aberto, colocando seus passos sob o cuidado materno de Nossa Senhora.
Brasil — Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul, em 1717, a pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida tornou-se sinal da predileção de Deus pelos simples. Negra, quebrada e restaurada, Maria se fez próxima do povo brasileiro, especialmente dos pobres e esquecidos, assumindo traços da própria história do país.
O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), é hoje o maior templo mariano do mundo e coração da devoção mariana no Brasil. Mais do que um monumento, é espaço de acolhida, reconciliação e fé viva, onde milhões de peregrinos depositam suas preces aos pés da Padroeira do Brasil.
México — Nossa Senhora de Guadalupe
Em 1531, Maria apareceu ao indígena São Juan Diego, no monte Tepeyac, deixando sua imagem impressa milagrosamente na tilma do vidente. A Virgem de Guadalupe, com traços mestiços, tornou-se sinal de unidade entre povos indígenas e colonizadores, sendo reconhecida como Mãe das Américas.
A Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, está entre os santuários mais visitados do mundo. Ali, a mensagem guadalupana continua a ecoar: Maria caminha com seu povo, escuta suas dores e aponta sempre para o Filho.
Argentina — Nossa Senhora de Luján
A devoção a Nossa Senhora de Luján nasceu a partir de uma imagem que, segundo a tradição, “escolheu” permanecer no local onde hoje se ergue o santuário. Desde o século XVII, Maria passou a ser invocada como protetora do povo argentino.
A Basílica de Nossa Senhora de Luján, na província de Buenos Aires, é um dos maiores símbolos religiosos do país. Seu estilo neogótico e sua história fazem do local um centro permanente de peregrinação e oração.
Chile — Nossa Senhora do Carmo de Maipú
Nossa Senhora do Carmo é profundamente ligada à história da independência chilena. Após a Batalha de Maipú, em 1818, o povo ergueu um templo em agradecimento pela vitória, confiando à Virgem o destino da nação.
O Templo Votivo de Maipú, na região metropolitana de Santiago, é hoje um importante espaço de fé e memória histórica, onde Maria é venerada como Rainha e Padroeira do Chile.
Colômbia — Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá
A devoção colombiana tem origem em uma tela deteriorada que, de forma inexplicável, foi restaurada diante do povo. O milagre fortaleceu a fé e consolidou Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá como Padroeira da Colômbia.
A Basílica de Nossa Senhora de Chiquinquirá, no departamento de Boyacá, acolhe peregrinos que reconhecem em Maria Aquela que renova a esperança quando tudo parece perdido.
Peru — Nossa Senhora das Mercês
Embora Santa Rosa de Lima seja a Padroeira da América do Sul, Nossa Senhora das Mercês ocupa lugar central na fé do povo peruano. Sua devoção remonta ao período colonial e está ligada à libertação dos cativos.
A Basílica de Nuestra Señora de la Merced, em Lima, é um dos mais importantes templos históricos do país e mantém viva a confiança em Maria como Mãe que liberta e protege.
Cuba — Nossa Senhora da Caridade do Cobre
Encontrada flutuando no mar por pescadores, a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre tornou-se sinal de consolo e esperança para o povo cubano. Sua devoção atravessou períodos de dor e perseguição, permanecendo viva no coração da nação.
O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, próximo a Santiago de Cuba, é lugar de súplica, gratidão e confiança, onde Maria é invocada como mãe que nunca abandona seus filhos.
Venezuela — Nossa Senhora de Coromoto
Padroeira da Venezuela, Nossa Senhora de Coromoto apareceu a um indígena no século XVII, deixando como sinal uma pequena relíquia. Sua mensagem aponta para a conversão e o batismo como caminho de salvação.
O Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, em Guanare, guarda essa relíquia e reúne fiéis que reconhecem em Maria a presença amorosa de Deus junto aos povos originários.
Costa Rica — Nossa Senhora dos Anjos
Conhecida carinhosamente como “La Negrita”, a pequena imagem de Nossa Senhora dos Anjos foi encontrada sobre uma pedra e, repetidas vezes, retornava ao mesmo local, interpretado como sinal da vontade de Maria.
A Basílica de Nossa Senhora dos Anjos, em Cartago, recebe anualmente a tradicional Romaria, uma das maiores expressões de fé popular da América Central.
Honduras — Nossa Senhora de Suyapa
A diminuta imagem de madeira de Nossa Senhora de Suyapa é sinal de que a grandeza de Deus se manifesta na simplicidade. Padroeira de Honduras, Maria é invocada como sinal de unidade e esperança.
A Basílica de Suyapa, em Tegucigalpa, tornou-se centro da vida religiosa do país e espaço de forte devoção popular.
Paraguai — Nossa Senhora de Caacupé
A devoção nasceu de um milagre atribuído à proteção de Maria a um indígena guarani. Desde então, Nossa Senhora de Caacupé é reconhecida como mãe e protetora do povo paraguaio.
A Basílica de Nossa Senhora de Caacupé é o principal centro de peregrinação do país, especialmente no mês de dezembro, reunindo multidões em oração.
Uruguai — Nossa Senhora dos Trinta e Três
O título mariano faz referência aos 33 heróis da independência uruguaia, que confiaram sua missão à proteção de Maria. Assim, ela passou a ser venerada como Padroeira da nação.
A Catedral Basílica de Nossa Senhora dos Trinta e Três, na cidade de Florida, mantém viva essa memória histórica unida à fé.
As devoções marianas nas Américas revelam uma mesma certeza: Maria caminha com seu povo. Em cada país, Ela assume traços locais, fala a língua da cultura e se faz próxima das dores e esperanças de seus filhos. Não é apenas expressão de piedade, mas parte da própria história das nações.
Ao conhecer esses santuários, seja presencialmente ou pela contemplação, somos convidados a renovar nossa confiança Naquela que sempre nos conduz a Jesus. Que Maria, Mãe das Américas, continue a interceder por nossos povos e a guiar nossos caminhos na fé!
Fonte: Academia Marial de Aparecida
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