O que mais um naufrágio no Mediterrâneo nos mostra?

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Mais uma vez o mundo assiste a um naufrágio nas águas do Mar Mediterrâneo. Aproximadamente 300 pessoas foram vítimas de um trágico acidente e 150 pessoas podem ter morrido no naufrágio de duas embarcações, na noite do dia 26 de julho, ao largo de Al Khoms, cidade situada a 120 Km ao leste de Trípoli, capital da Líbia. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), trata-se do mais trágico naufrágio de 2019.

Leia MaisInteressar-se pelos migrantes é interessar-se por todos nósSobreviventes foram salvos por pescadores, depois entregues à guarda costeira da Líbia, país em guerra e não seguro. A situação é delicada.

Estima-se que, no último ano, a taxa de mortalidade na rota do Mediterrâneo Central triplicou: o risco de morrer ao longo deste trecho da travessia do norte da África em direção à Europa passou de 2,4% entre 2014 e 2018, para 6,2% no período de junho de 2018 a junho de 2019.

Homens, mulheres e crianças fogem de situações de conflito, de guerra, de perseguições, da fome e da miséria, em busca de melhores condições de vida, situação semelhante à dos irmãos latino-americanos, que vão em direção ao norte do continente.

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Tanto na Europa como na América, a migração tem como princípio os seguintes aspectos:

- A fome;
- A pobreza;
- A violência;
- A falta de perspectivas.

Este fenômeno é o de maior movimento migratório registrado após a Segunda Guerra Mundial. A crítica que se observa é sobre uma falência da gestão desta crise.

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E o que se nota?

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- Contínua adoção de medidas restritivas;
- Criação de muros;
- Barreiras físicas e legislativas;
- Negação da solidariedade.

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Recentemente bispos mexicanos divulgaram uma mensagem intitulada “A dignidade dos migrantes”. Eles recordam a exortação do Papa Francisco, que traz a bonita mensagem de esperança aos irmãos:

- Acolher;
- Proteger;
- Promover;
- Integrar.

Os prelados mexicanos também ressaltam que responder ao fenômeno migratório construindo muros “significa deixar-nos levar pelo temor e pela incerteza”.

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A dor do Papa Francisco

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No domingo (28), o Santo Padre demonstrou sua dor e pesar por mais esta tragédia no Mediterrâneo e convidou os presentes na Praça São Pedro durante o Angelus a rezarem pelas vítimas e por suas famílias.

Eis as palavras do Papa: 

“Soube com dor da notícia do dramático naufrágio ocorrido nos últimos dias nas águas do Mediterrâneo, em que perderam a vida dezenas de migrantes, incluindo mulheres e crianças. Renovo um apelo sincero para que a comunidade internacional aja com prontidão e decisão, para evitar o repetir-se de tragédias similares e garantir a segurança e a dignidade de todos. Convido vocês a rezar junto comigo pelas vítimas e por suas famílias. E também, do coração, perguntar: Pai, por quê?"

Mais essa tragédia no Mar Mediterrâneo nos mostra a incapacidade de governos e toda a humanidade de lidar com a situação, de forma a respeitar a dignidade humana e a vida. 

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Fonte: Vatican News