Arquidiocese de Natal implanta energias renováveis em suas paróquias

Localizada próximo à linha do Equador, Natal (RN) recebe o nome de “Cidade do Sol”. Literalmente, a cidade recebe seu brilho e calor em 300 dias no ano, com temperaturas que variam de 25ºC a 30ºC, e durante o Verão são 15 horas de sol por dia. 

Leia MaisCidade do Romeiro é opção sustentável e seguraNão somente na capital, mas em todo o estado, a Igreja Católica tem buscado fazer bom uso dessa fonte renovável de energia. Desde julho, foram iniciados projetos experimentais com as 115 paróquias da Arquidiocese de Natal, espalhadas por 88 municípios potiguares, além da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Apresentação e a cúria, que passarão a ser abastecidas com 100% de energia solar. 

A ideia em eletrificar as Paróquias com a energia captada pelas placas fotovoltaicas começou a ser pensado em 2019, e no começo de 2020 saiu do papel, com a inauguração de uma usina de energia solar com capacidade de 30 mil kWh, que passou a alimentar a Catedral Metropolitana, a cúria e outras cinco paróquias. 

Em entrevista exclusiva para o A12, o pároco da Catedral de Natal, Padre Valdir Cândido de Morais falou como está o andamento do projeto e já divulgou quando todas as paróquias já poderão utilizar as fontes renováveis.

“Com a graça de Deus estamos na fase final da instalação das placas nos templos, algumas paróquias onde fizeram parte do início do projeto já estão fornecendo energia, porém, só iremos liberar para todas as paróquias em cerimônia solene que vai acontecer a partir do dia 15 de setembro, onde serão inauguradas todas as estações onde foram colocadas as placas e será feita a distribuição para toda a Arquidiocese”, disse o Sacerdote.

Arquidiocese de Natal

Estruturação e economia

Em fevereiro deste ano, já tendo resultados da economia obtida nessas Igrejas, o projeto de 100% das paróquias com energia solar foi apresentado ao clero. A construção das demais usinas começou em abril, e hoje são 14 ao todo. A energia gerada em cada uma é distribuída a um grupo de paróquias, conforme a proximidade geográfica.

Padre Valdir também informou quanto será econômica a alteração da energia elétrica para a energia solar nas paróquias. 

“A gente precisa pontuar que neste primeiro momento, não será uma grande economia, porque este é um projeto financiado. Pagaremos por seis anos um valor fixo, sabemos que a energia elétrica sempre tem alta nos valores, então por enquanto será essa a vantagem: sempre iremos pagar o mesmo valor por seis anos. O grande lucro virá após do financiamento, imagine só, gastamos atualmente mais de R$ 3 mil por mês na Catedral. Daqui a seis anos, só vamos investir R$ 100 que é a taxa da concessionária de energia, isso é espetacular, pois esse dinheiro que será destinado para aquilo que é de dimensão pastoral, administrativa e os benefícios para nossa comunidade”, falou.

O financiamento para a aquisição das usinas está sendo pago em 80 parcelas mensais. Para a Arquidiocese é que até a quitação dos pagamentos, a economia gire em torno de R$ 122 mil anuais. 

Casa Comum e evangelização

Na encíclica ‘Laudato si’, publicada em 2015, o Papa Francisco faz um chamado para que se amplie a geração de energia por fontes limpas e renováveis (cf. LS, 26 e 164), mencionando que o “aproveitamento direto da energia solar, tão abundante, exige que se estabeleçam mecanismos e subsídios” (172).

“Esse fato é uma graça de Deus! Todas as comunidades serão abastecidas com energia limpa, com um sonho realizado, um projeto ousado, cheio de comunhão com aquilo que o Papa Francisco nos pede. Algo que a Igreja em Natal merece pela ousadia que teve a partir desse cuidado com a Casa Comum”, disse Padre Valdir.

Arquivo A já abordou a respeito da energia solar

Fonte: Pascom Natal