A Terra Santa é conhecida por ser um território onde há muitos conflitos, guerras e perseguição religiosa. Há mais de 800 anos, os franciscanos estão com a Custódia da região, buscando manter a preservação dos lugares sagrados e a fé no coração das pessoas.
Os lugares santos são compostos pela Palestina, Israel, Jordânia, Síria, Chipre, Rhodes e Egito, e possuem importância histórica e religiosa não apenas para os cristãos.
No entanto, a atuação da Igreja Católica é fundamental para a manutenção e administração.
Alguns desses locais sagrados são as capelas em Jerusalém, Belém e Nazaré; a Basílica do Santo Sepulcro, a Basílica da Anunciação, etc.
Desse modo, a Igreja promove diversos eventos, acolhe peregrinos católicos de todo o mundo e fomenta o diálogo inter-religioso com judeus e islâmicos, por exemplo.
Além disso, a Igreja na Terra Santa está ligada a programas sociais e oferece apoio à comunidade de cristãos na região, por meio da educação e da assistência médica.
Um posto importante para a presença da Igreja Católica na região é a do custódio, ou seja, aquele responsável por coordenar os trabalhos na Terra Santa.
Nos últimos 9 anos, esse cargo foi ocupado pelo padre italiano Francesco Patton, que recentemente encerrou seu período neste importante posto. Em seu lugar, assumiu desde o dia 24 de junho o padre Francesco Ielpo, O.F.M, de 54 anos, também italiano.
Padre Francesco Ielpo, O.F.M, novo custódio da Terra Santa
Entre os afazeres do custódio, está manter mais de 300 frades, sustentar cerca de 50 santuários, administrar 17 escolas, um instituto teológico e uma faculdade bíblica, ajudar as paróquias franciscanas e promover iniciativas caritativas e culturais.
Sobre suas experiências no cargo, Patton explica que ter vivido os últimos nove anos no Oriente Médio não o tornou um especialista, mas o fez entender melhor o povo que ali habita.
“Para permanecer aqui é preciso amar esta terra, ser resiliente e compreender que pertencer a esta terra não é uma maldição, mas uma vocação”, disse Patton em entrevista ao site Vatican News, onde fez um balanço de sua atuação.
“Aqui nada é como parece”, destacou. “No plano político, aqueles que parecem inimigos acabam fazendo negócios juntos por baixo dos panos, e aqueles que parecem aliados acabam se detestando. Mas o que me impressionou no Oriente Médio é a cultura relacional e a hospitalidade.”, completou o padre.
A Custódia se mantém graças ao trabalho dos frades, à Coleta da Sexta-feira Santa, à generosidade dos peregrinos que frequentam os santuários em tempos de paz, e graças à generosidade dos benfeitores que ajudam a missão Franciscana na Terra Santa por compreender o enorme valor que ela tem.
Todos os anos, em todas as igrejas católicas do mundo, na Sexta-feira Santa é organizada uma coleta e destinada ao apoio da Terra Santa, por meio da Custódia.
As ofertas são então enviadas aos comissários da Terra Santa e de lá à Custódia ou ao Dicastério para as Igrejas Orientais. 65% são administrados pela Custódia e 35% diretamente pelo Dicastério.
A Custódia da Terra Santa surge praticamente junto com a Ordem dos Frades Menores, em 1217. Francisco de Assis, em peregrinação à Terra Santa, entrou em diálogo com o sultão Camil, em Damieta, Egito, tentando não só o convencer a permitir a presença dos Franciscanos em Jerusalém, como também convertê-lo, sem sucesso, ao cristianismo.
Com a criação da Ordem Franciscana, frades são enviados para diversos cantos do mundo visando criar as Províncias Franciscanas. Na Terra Santa, criou-se a chamada Província da Terra Santa.
A comprovação documental da presença de franciscanos na Terra Santa se dá com uma bula papal de Gregorio IX datada de 1º de fevereiro de 1230.
Na Terra Santa, há a divisão pastoral por meio de paróquias. Na região atuam Bispos católicos em Israel e na Palestina, entre eles patriarcas e Arcebispos. Há também a presença de Diáconos permanentes, seminaristas, consagrados, religiosas e missionários leigos.
Os últimos Papas que visitaram a Terra Santa foram São João Paulo II, em março de 2000, Bento XVI, em maio de 2009 e o Papa Francisco, em maio de 2014.
O Patriarcado da Igreja Católica em Jerusalém diz respeito à jurisdição da Palestina, Israel, Jordânia e Chipre e está subordinada à Santa Sé. O título de Patriarca Latino de Jerusalém é dedicado ao Arcebispo Latino de Jerusalém.
::. LEIA MAIS: Custódio da Terra Santa faz apelo aos bispos do Brasil
*Colaboraram Leticia Dias / Ronaldo Casarin
Fonte: consolataamerica.org / osaopauloo.org
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