Vivemos um momento decisivo. A crise ambiental não é apenas uma questão científica ou política; é também uma questão moral e espiritual. As tradições religiosas, com sua profunda conexão com a criação e com valores de cuidado e responsabilidade, têm um papel fundamental a desempenhar nesse cenário. O Papa Francisco, em sua encíclica Laudato Si', já alertava sobre a urgência de repensarmos nosso modelo de desenvolvimento.
Nesta semana do meio ambiente, o Portal A12 conversou com Daniel Munduruku, escritor, professor e ator, que se intitula defensor da causa ambiental. Ele contou à nossa reportagem que o povo Munduruku, ao qual pertence, faz parte da grande diversidade cultural brasileira, e está na região do Pará, Amazonas e Mato Grosso, com aproximadamente 15 mil pessoas.

Daniel refletiu que crescimento e desenvolvimento são palavras que serviram para convencer as pessoas que de o meio ambiente teria que ser um instrumento para que esse progresso acontecesse, e que, portanto, a exploração ambiental é usada como uma desculpa para as sociedades poderem se mostrar superiores ao ambiente; e isso faz com que o ser humano se torne cada vez mais distante da natureza.
“(...) Em uma sociedade que nega, exatamente, que o mundo é uma dádiva, que a vida é um presente, e que, portanto, ela precisa ser usada tal como ela é. A natureza ela nos complementa. No dia a dia, as pessoas acabam achando que elas não têm nenhuma necessidade de cultivar o seu pertencimento a natureza. Da minha parte, o que eu procuro fazer concretamente, primeiro, respeitar o processo da própria natureza, me alimentando de carne, peixe, e todos outros elementos que a natureza me oferece em determinado ciclo do ano. Não explorar a natureza para além do que ela pode me oferecer”
O educador acredita que, hoje em dia, o que faz com que as pessoas não criem uma conexão entre fé e cuidado ambiental é o fato de que se convenceram daquilo que o sistema capitalista inseriu em suas mentes: de que o ser humano foi criado para dominar a natureza:
“Tudo isso acabou com convencendo as pessoas de que, mesmo destruindo o meio ambiente, elas estavam agradando à divindade. É claro, que isso é o discurso que está no mundo, que está no sistema econômico.
Quando a Igreja Católica, sobretudo, ela traz um outro discurso, um discurso mais social e ambiental, que compreende que somos cocriadores do mundo, quando nós nos colocamos na posição de cuidar, essa mentalidade acaba sendo rebatida pelo próprio sistema econômico”, explicou.
Ele reforçou que a Igreja faz o retorno, neste momento, voltando às origens:
“É a mística de São Francisco de Assis, que foi, realmente, atualizada pelo Papa Francisco e que traz esse olhar de pertencimento, em que somos partes, não somos donos (…)
Eu sou o meio ambiente, eu faço parte da natureza. Portanto, não me coloco como defensor do meio ambiente, como se estivesse fora. Eu estou dentro dele, como diria o Papa Francisco, protegendo minha própria casa, nossa Casa Comum, a casa de todos nós”.

Com os ensinamentos de que somos parte da natureza, recordamos as primeiras palavras da Laudato Si’, que podem ser traduzidas como “Louvado Sejas”. Uma citação do Cântico das Criaturas, do próprio São Francisco de Assis, que abre a encíclica, no qual o santo louva a Deus meditando sobre a bondade do sol, do vento, da terra, da água e de outras forças naturais.
A encíclica do Papa Francisco, publicada em maio de 2015, trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como de questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra.
Que tal refletirmos sobre esses aprendizados e nos colocarmos como parte do meio em que vivemos para, assim, repensarmos atitudes do dia a dia que fazem a diferença para a Casa Comum?
.:: Leia mais sobre o tema ambiental e a Igreja
Fonte: Movimento Laudato Si'
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