Com pais atores e avô projecionista de cinema — a quem sempre acompanhava nas sessões — Dolores Hart cresceu envolvida pelo universo cinematográfico. O desejo de atuar surgiu cedo, ainda na infância, ao participar de peças teatrais na escola. O que começou como um hobby logo se transformou em profissão.
Sua primeira participação nas telonas foi memorável: estreou em “Loving You” ao lado de Elvis Presley.
O filme, inspirado na carreira do cantor, foi marcante para ambos — era o segundo longa de Elvis, o primeiro em cores, e trouxe seu primeiro beijo no cinema, dado justamente em Dolores.
Após esse marco, a atriz atuou na Broadway, estrelou dez filmes e recebeu premiações, tudo em apenas cinco anos de carreira.
Aos 24 anos, porém, sentiu o chamado de Deus, decisão que mudaria completamente sua trajetória.
Ainda criança, ao viver com os avós, Dolores ingressou em uma escola católica, o que influenciou sua decisão de seguir a fé aos 10 anos.
Na juventude, enquanto atuava em Nova York, passou por um momento de cansaço e falta de moradia na cidade. Um amigo sugeriu que visitasse um mosteiro em Connecticut. Em entrevista à EWTN, ela contou que ao pisar no mosteiro, sentiu que aquele era seu lugar. A Madre a aconselhou a voltar a Hollywood naquele momento, mas deixou as portas abertas para um retorno futuro.
Pouco depois, Dolores atuou em “São Francisco de Assis”, interpretando Santa Clara. Para o papel, visitou o túmulo da santa — experiência que a emocionou profundamente.
Em uma entrevista, ela compartilhou que, durante as filmagens em Roma, teve a oportunidade de ser apresentada ao Papa São João XXIII. Ao se identificar como a atriz que interpretava Clara, o Papa respondeu: “Não, você é Clara!” Esse encontro teve um impacto profundo em Dolores, reforçando seu chamado vocacional.
Além disso, em seu livro The Ear of the Heart: An Actress’ Journey from Hollywood to Holy Vows (“O Ouvido do Coração: A Jornada de uma Atriz de Hollywood aos Votos Religiosos”, em tradução livre), coescrito com Richard DeNeut, Dolores Hart detalha como o papel de Santa Clara foi um marco em sua jornada vocacional. Ela descreve como a interpretação da santa, que abandonou sua vida aristocrática para seguir a Deus, ressoou profundamente com seus próprios sentimentos.
Neste dia de Santa Clara de Assis, essa conexão ganha ainda mais sentido, pois a entrega e simplicidade da santa refletem o próprio caminho que Dolores viria a seguir.
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No filme “The Inspector” (“Lisa”), Dolores interpretou uma jovem judia sobrevivente de Auschwitz. Durante a preparação, conheceu uma mulher que viveu no campo de concentração dos 14 anos até o fim da guerra.
O relato dessa sobrevivente fez Dolores refletir sobre a necessidade de redenção e o plano de Deus para cada pessoa. A partir daí, começou a se questionar se o cinema era realmente o caminho que deveria seguir.
Com o desejo de dedicar-se totalmente a Deus, Dolores deixou a carreira artística e ingressou na Abadia de Regina Laudis, em Connecticut.
Sua decisão foi inicialmente rejeitada por empresários e pelo então noivo, o arquiteto Don Robison. Com o tempo, Don compreendeu sua escolha e permaneceu amigo fiel até o fim da vida.
Hoje, Dolores Hart é a única freira membro do Oscar e integrante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Aos 86 anos, segue dedicada à vida religiosa, unindo a experiência adquirida no cinema ao serviço de Deus.
Sua história é inspiração para quem busca ouvir a voz do coração e cumprir o propósito divino, mesmo que isso signifique abrir mão de tudo.
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