Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 03 MAR 2020 - 14H49

Em discurso histórico no Congresso dos EUA, Papa fala sobre liberdade e imigração

O Papa Francisco fez um discurso histórico no Congresso dos Estados Unidos, em Washington. Francisco é o primeiro Papa a dirigir-se aos membros do Senado e da Câmara estadunidenses.

O Pontífice Ele centrou seu discurso em personalidades que marcaram a história do país: Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton.

Liberdade

Citando o “guardião da liberdade”, Abraham Lincoln, Francisco advertiu para dois perigos que assolam o mundo: o fundamentalismo e o reducionismo simplista.

Quanto ao fundamentalismo, o Papa afirmou que esta pode ser inclusive religiosa e pediu “equilíbrio” para se combater a violência perpetrada em nome de uma religião, de uma ideologia ou de um sistema econômico.

 

Papa no Congresso dos EUA - Foto: REUTERS

Imigração

A luta de Martin Luther King por plenos direitos para os afro-americanos levou o Papa a falar dos imigrantes. “Aquele sonho continua a inspirar-nos”, disse Francisco, citando a maior “crise de refugiados” desde os tempos da II Guerra Mundial.

“Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações”, ressaltou o Pontífice, reafirmando o valor da regra de ouro: «O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles» (Mt 7, 12).”

Pena de morte

“Se queremos segurança, demos segurança; se queremos vida, demos vida; se queremos oportunidades, providenciemos oportunidades. A medida que usarmos para os outros será a medida que o tempo usará para conosco.”

Para Francisco, isso vale também para a pena de morte, cuja abolição representa a melhor via.

“Recentemente, os meus irmãos bispos aqui nos Estados Unidos renovaram o seu apelo pela abolição da pena de morte. Não só os apoio, mas encorajo também todos aqueles que estão convencidos de que uma punição justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação.”

Pobreza e degradação ambiental

O engajamento da Serva de Deus Dorothy Day, que fundou o Movimento Operário Católico, inspirou o Papa a falar da justiça, da pobreza e de suas causas, entre as quais a distribuição da riqueza e a degradação ambiental.

Citando sua Encíclica Laudato si, Francisco exortou os políticos e o povo estadunidense a “mudar de rumo”.

“Estou convencido de que podemos fazer a diferença e não tenho dúvida alguma de que os Estados Unidos – e este Congresso – têm um papel importante a desempenhar. Agora é o momento de empreender ações corajosas e uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza.”

Conflitos

Por fim, o Papa citou o testemunho do monge cisterciense Thomas Merton para falar da necessidade do diálogo.

Aludindo à reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, o Santo Padre “saudou” os esforços que se fizeram nos últimos meses para procurar superar “diferenças históricas” ligadas a episódios “dolorosos do passado”.

Comércio de armas

Comprometer-se com o diálogo, acrescentou, significa acabar com tantos conflitos armados em todo o mundo. “Por que motivo se vendem armas letais àqueles que têm em mente infligir sofrimentos inexprimíveis a indivíduos e sociedade? Infelizmente a resposta, como todos sabemos, é apenas esta: por dinheiro; dinheiro que está impregnado de sangue, e muitas vezes sangue inocente. Perante este silêncio vergonhoso e culpável, é nosso dever enfrentar o problema e deter o comércio de armas”.

Famílias

O Papa concluiu seu discurso falando do motivo que o levou aos Estados Unidos, isto é, o Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia.

O Pontífice declara-se preocupado com as ameaças que a instituição familiar está recebendo, falando de modo especial dos jovens, que parecem desorientados e sem meta. “Os seus problemas são os nossos problemas. Não podemos evitá-los. (...) Deus abençoe a América!"

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