Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 06 MAR 2020 - 10H25

Papa Francisco convoca oficialmente o Jubileu da Misericórdia

O Papa Francisco apresentou neste sábado, 11, a bula ‘Misericordiæ Vultus’ (Rosto de Misericórdia), com a qual convocou oficialmente o Jubileu da Misericórdia que será realizado de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. A bula composta por 25 números deseja que cada pessoa viva a Misericórdia e se deixe surpreender por Deus.

“Misericórdia não é uma palavra abstrata, mas uma forma para reconhecer, contemplar e servir”, assinala o Papa Francisco no documento. 

Durante sua homilia, na Basílica Vaticana, após a leitura da apresentação oficial do Jubileu Extraordinário do Ano Santo da Misericórdia, o Papa explicou por que decidiu antecipar em dez anos a convocação de um novo Jubileu. "A Igreja é chamada, neste tempo de grandes mudanças epocais, a oferecer mais vigorosamente os sinais da presença e proximidade de Deus. Este não é o tempo para nos deixarmos distrair, mas para o contrário: permanecermos vigilantes e despertarmos em nós a capacidade de fixar o essencial", sublinhou o Papa.

Francisco ainda advertiu: "É o tempo para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai (cf. Jo 20, 21-23). Por isso o Ano Santo deverá manter vivo o desejo de individuar os inúmeros sinais da ternura que Deus oferece ao mundo inteiro, e sobretudo a quantos estão na tribulação, vivem sozinhos e abandonados, e também sem esperança de ser perdoados e sentir-se amados pelo Pai", frisou.

O desejo do Papa é que este Ano Santo seja uma oportunidade para "viver a cada dia a misericórdia” e que sirva para chegar às "periferias" onde se encontram os mais fracos e desprotegidos.

“Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos", alerta o pontífice no documento.

 

"A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo".

Francisco recuperou o ensinamento de São João XXIII, que falou do "remédio da misericórdia" e Paulo VI, que identificou a espiritualidade do Vaticano II como Samaritano.

"A trave mestra que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo", sustenta.

O “Rosto de Misericórdia” também explica alguns destaques do Jubileu: primeiro o lema "misericordioso como o Pai", depois o convite a uma peregrinação e, especialmente, a necessidade de perdão.

O Papa dá destaque no número 15 à redescoberta das Obras de Misericórdia Espiritual e Corporal “para despertar a nossa consciência, muitas vezes apática perante o drama da pobreza, e para entrar mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina."

Outro ponto forte do documento é o número 19 em que Francisco apela contra a violência organizada e contra os promotores ou cúmplices da corrupção.

A apresentação da bula marca a convocação do Ano Santo que inicia a oito de dezembro, solenidade de Maria: “para não deixar a humanidade sozinha à mercê do mal” e coincide com o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, a que a Igreja “sente a necessidade de manter vivo”.

O seu encerramento acontece "na solenidade litúrgica de Cristo Rei, a 20 de novembro de 2016”.

A Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta pelo Papa a oito de dezembro e no domingo seguinte o gesto simbólico vai repetir-se em todas as igrejas do mundo, às quais Francisco tenciona enviar 'missionários da misericórdia". 

O documento foi entregue simbolicamente a “representantes da Igreja no mundo”. Francisco entregou também o documento aos quatro arciprestes das basílicas papais de Roma: cardeal Angelo Comastri, da Basílica de São Pedro; cardeal Agostino Vallini, da Basílica de São João de Latrão; cardeal James Michael Harvey, da Basílica de São Paulo fora de muros; cardeal Santos Abril e Castelló, da Basílica de Santa Maria Maior. 

O anúncio do Ano Santo da Misericórdia foi dado pelo Papa Francisco no último dia 13 de março. Este será o 29.º jubileu na história da Igreja Católica. A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, e a partir de 1475 determinou-se um jubileu ordinário a cada 25 anos. Até hoje foram realizados 26 anos santos ordinários e dois extraordinários (anos santos da Reden­ção): em 1933 (Pio IX) e 1983 (João Paulo II).

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