Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 26 JUN 2018 - 10H35

Sant’Anna, mãe de Nossa Senhora

Não se encontra na Sagrada Escritura, nem na tradição inicial da Igreja qualquer passagem ou menção a Sant’Anna e São Joaquim, pais de Nossa Senhora. Um livro do século II conhecido como Proto-evangelho de Tiago traz referências, com detalhes discutíveis. O livro é apócrifo, ou seja, não reconhecido como digno de figurar no cânon (na lista) dos livros bíblicos de autenticidade comprovada. O máximo que se pode esperar da literatura apócrifa é a chance de conter algum elemento da tradição oral.

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Então, o que explicaria o culto prestado ao santo casal Joaquim e Anna desde o mais longínquo passado? A condição de ser “mãe da Mãe de Deus”, supõe em Santa Anna virtudes, graças e prerrogativas em quem educou a educadora de Jesus. Se nos falta a documentação histórica confiável, surpreende-nos a difusão rápida do culto antes entre os cristãos do Oriente e, bem mais tarde, na liturgia romana.

Casal exemplar da cultura hebraica, Sant’Anna e São Joaquim viveram na “plenitude do tempo”, ou no tempo crucial da história da salvação. Foram testemunhas históricas do cumprimento das promessas de Deus repassadas desde os patriarcas em todas as gerações. Sua glória é terem sido os pais daquela a quem foi oferecida a missão de ser a mãe do Messias prometido. No confronto entre documentação histórica insuficiente e testemunho inconteste da veneração popular a Santa Anna e São Joaquim, fecha-se o círculo misterioso do amor de Deus em sua intervenção salvífica. Os laços do sangue e parentesco servem de instrumentos biológicos, psicológicos e pedagógicos pelos quais Deus abdica de sua divindade e faz-se igual a nós. O Verbo vem a nós na carne. O sangue de Jesus Cristo foi sangue das veias de seus avós.

São João Paulo II observa
“Foi Sant’Anna quem ensinou sua filha Maria a ser mãe.”


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Nem podemos imaginar palavras, pensamentos e intercâmbios de afetos com que os pais de Nossa Senhora e ela mesma se comunicavam a sua experiência do divino. Partilhavam o assombroso conhecimento da Revelação, inquiriam sobre os caminhos de Deus iluminando suas expectativas. 

Com o esposo Joaquim teve a chance de aprender a serem avós de Jesus num convívio familiar, humilde, sereno e confiante. Num ambiente de simplicidade próprio da plena aliança com o Senhor Javé. É oportuno pensar na lição da terceira idade vivida pelo casal. Segundo uma tradição São Joaquim e Sant’Anna já seriam idosos quando da concepção de Maria. A prevalecer esta suposição eles podem ser invocados por nós também como padroeiros e modelos dos idosos e dos avós. No Brasil a invocação a Sant’Anna dá o nome e/ou proteção a várias cidade. No livro dos Provérbios, capítulo 31, descreve-se a personificação perfeita de Sant’Anna como a mulher virtuosa da Bíblia.


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