Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 02 OUT 2017 - 12H13

Homilia Solenidade da Ssma. Trindade - Ano B

 

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 Mateus 28,16-20

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!

Mateus finaliza seu evangelho com a promessa de Jesus: “estarei convosco todos os dias até o fim do mundo”. Parece que esta afirmação da presença de Jesus como “Deus-conosco” era muito significativa para as comunidades dirigidas por Mateus. De fato, ela aparece no começo, no meio e no final do seu Evangelho. Constitui o eixo principal. É o início do relato da encarnação quando Mateus relembrou a frase de Isaías, escrita 740 anos antes. O profeta Isaías  informa que a “virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: ‘Deus conosco”. Mateus anunciando a vinda do Messias acrescenta que Jesus estava cumprindo aquela profecia. O significado essencial do nascimento de Jesus foi, pois, ser um Deus-conosco. Eliminava-se a separação entre Deus e o ser humano. Ele nos salvou desse modo: fazendo-se presente em nosso meio através de Jesus.

A festa da Santíssima Trindade retoma a promessa. Jesus faz dela garantia do envio e mandato para os apóstolos e a Igreja continuarem sua missão batizando e anunciando o evangelho ao mundo. Logo, a fórmula de batizar vem dos tempos apostólicos. A Igreja batiza hoje com o mesmo rito, com as mesmas palavras, a mesma fórmula empregada pelos apóstolos obedientes à ordem final de Jesus. Leia: Mt.28,16-20.

Não deixa de ser curiosa, a menção do texto à Galiléia, no final do evangelho. Por que a importância da Galiléia das nações como lugar inicial da pregação de Jesus?  Não se trata do lugar geográfico apenas. É antes de tudo a referência à escolha de Jesus para falar de Deus e de seu Reino exatamente a um povo marginalizado. Embora fosse mal vista pelos líderes da religião e do Templo, a Galiléia com sua população sofrida e pobre merecera em primeira mão o anúncio da Boa Nova. Isto revelava o carinho de Jesus para com os pobres, os mais sofridos, as pessoas marginalizadas. Diz-nos o texto: “os onze discípulos voltaram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado” (Mt.28,16). Ora, no final da missão dele na terra tudo volta ao começo, ao sentido original. Então a Igreja devia seguir os passos, a prática de vida, as mensagens do fundador.

A referência ao “monte” não significa também nenhum lugar geográfico determinado. É palavra simbólica. Jesus substituiu Moisés que fizera a Antiga Aliança. Sinaliza a certeza dos discípulos quanto ao projeto de seu Mestre. Seguir Jesus é fazer a experiência da vida nova por ele alcançada. É crer nela, sem desânimo e dúvidas! Numa comunidade pode haver quem se deixe levar ao desânimo e às dúvidas. Sintomas do medo de se arriscar e se comprometer pela fé fé total em Jesus e na sua Palavra. Por isso o texto observa: “Mesmo assim... alguns duvidaram de Jesus”!

Ser batizado na Santíssima Trindade é ser animado pelo sopro vital

O texto final de São Mateus é uma catequese sobre o batismo como sinal da identidade com Jesus. Ser batizado é mergulhar no mistério do próprio Deus, tal como Jesus o revelou: um Deus uno e trino. Ser batizado na Santíssima Trindade é ser animado pelo sopro vital, pelo hálito da vida divina.

Conforta-nos a promessa do Senhor: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo!”. Precisamos experimentar tal certeza em meio a um mundo inseguro, violento, descrente, sem amor e cheio de ilusões... Confiemos na promessa do Senhor, pois ela afasta de nós todos os desânimos e nos cura de todas as dúvidas, pecados e as falhas.

 Aplicação mariana.

Toda a vida de Jesus é a revelação do Deus uni e trino. Ele afirmou: “... Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revela-lo” (Mt.11,27). Ora, a convivência em Nazaré foi revelando a Nossa Senhora o mistério do Filho do Altíssimo. E em sua função materna ela introduzia ao mesmo tempo o menino Jesus e o adolescente “que crescia em idade sabedoria e graça” (Lc.2,52) na vida civil. Intercâmbio inimaginável esta relação entre o divino e o humano! Maria é a pessoa mais próxima e íntima da Trindade Santa.

É chamada: filha predileta do Pai. É mãe amorosa e puríssima de Jesus Cristo. É a esposa fidelíssima do Espírito Santo que gerou a carne do Verbo em seu seio virginal. Nela se manifestaram as ações próprias de cada uma das três pessoas divinas. No âmago da Trindade Maria é a representante da humanidade resgatada. Ao mesmo tempo, ela nos certifica da meta final de nossa peregrinação como povo da nova aliança. É a primeira filha do nosso povo, é nossa  estrela guia para o novo céu e a nova terra!

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