Por Dom Raymundo Damasceno Assis Em Homilias Atualizada em 02 OUT 2017 - 17H45

Solenidade de Maria, Mãe de Deus e Jornada mundial da paz

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus – 1º de janeiro

Solenidade de Maria, Mãe de Deus e

Jornada Mundial da Paz  

31/12/2014

Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

 

No primeiro dia do novo ano, somos convidados a contemplar Maria, Mãe de Deus. A Igreja celebra, desde 50 anos, neste dia, a Jornada Mundial da Paz.

 

Ela é a mãe do Filho de Deus, a 'Theotokos'...

No dia de hoje, o primeiro do ano, a liturgia quer realçar a maternidade divina de Maria, que é uma consequência lógica da divindade de Jesus de Nazaré, de quem Ela é mãe. Ela é a mãe do Filho de Deus, a “Theotokos” como a chamam os orientais.

Maria é aquela que recebeu o dom de ser a mãe do Salvador e guardava esse fato extraordinário e meditava  sobre ele em seu coração. É Ela que entregou seu filho Jesus ao mundo na pessoa dos pastores que foram às pressas a Belém, após o anúncio do anjo.

Maria  ocupa um lugar eminente no plano da salvação. Deus quis contar com Ela e também conosco para levar a cabo sua obra. A exemplo de Maria que respondeu afirmativamente ao chamado de Deus, nós também devemos, após ter acolhido Jesus em  nosso coração pela fé, dá-Lo a conhecer aos que não O conhecem,  para que possam conhecê-Lo e tornar-se seus discípulos missionários.

Depois de oito dias, diz o evangelho de Lucas, Jesus foi circuncidado, rito religioso por meio do qual Jesus recebeu na sua carne a marca do seu povo. Nesta ocasião, ele recebeu, também oficialmente,  seu nome  Jesus, que significa “O Senhor Salva”, conforme a indicação que Maria recebera do anjo. Jesus não é apenas mais um novo membro do povo de Israel, mas o Salvador de toda a humanidade.

Hoje é também o dia da Jornada Mundial da Paz, instituída pelo Papa Paulo VI. Deus ao vir a este mundo instaura um tempo em que a paz se torna possível porque Jesus Cristo, nos fez filhos e filhas por adoção de seu Pai e ao se unir a nós no mistério de sua encarnação, nos fez  todos irmãos  uns dos outros, chamados, portanto,  a viver a fraternidade cimentada na justiça, na  solidariedade e no amor.

Se  somos filhos de Deus, somos filhos da Paz.  Se  somos irmãos em Jesus Cristo, somos irmãos da paz. “Corresponde à nossa vocação comum colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para promover a concórdia e a paz no mundo”. (Papa Francisco). Com esse pensamento o Papa Francisco iniciou a Mensagem de Paz própria para o início do novo ano, Dia Mundial da Paz, abordando o tema:  “Não mais escravos, mas irmãos”.

O tema da mensagem do Papa Francisco inspira-se na Carta de São Paulo a Filemon, na qual o apóstolo pede a Filemon (1, 8-21) que trate Onésimo não como um escravo (ele tinha fugido), mas, uma vez batizado por Paulo na prisão era ele agora uma pessoa livre. O discipulado em Cristo constitui um novo nascimento, que regenera a fraternidade como vínculo fundante da vida familiar e alicerce da vida social. O Papa Francisco lembra na sua mensagem que, embora a escravatura tenha sido abolida formalmente no mundo, contudo, ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades, são  privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes as da escravatura. E esta constitui de muitos modos um delito de lesa humanidade.

O Papa Francisco lembra o trabalho escravo nos mais diversos setores; a condição de vida de muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, passam fome, são  privados da liberdade, abusados física e sexualmente. Quantos deles vivem e trabalham em condições indignas. Quantos menores e adultos  são objetos de tráfico e comercialização para remoção de órgãos. E o Papa continua: “penso em todos aqueles que são sequestrados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas.” Na raiz de todo tipo de escravatura, está uma concepção da pessoa humana vista e tratada como objeto e não como meu semelhante, igual em dignidade, criado à imagem e semelhança de Deus. Acenando para a colaboração geral na Igreja e fora dela, o Papa Francisco deixa na sua Mensagem um apelo forte: Globalizar a fraternidade, não a escravidão nem a indiferença.

A CNBB, consciente de que a violência é um grave problema social no Brasil,  decidiu dedicar o período que teve início no primeiro domingo do advento deste ano ao Natal de 2015, à Paz, com o lema: “Somos da Paz”. A CNBB quer mobilizar os brasileiros ao redor do valor da paz, que é direito e dever de todos. É preciso resgatar nossa cultura de um povo acolhedor, hospitaleiro, cordial, pacífico.  O Papa Francisco conclui sua mensagem conclamando a todos a superar a globalização da indiferença pela construção da globalização da solidariedade e da fraternidade.

Necessitamos todos deste bem maior que é a paz, em nossas famílias e na sociedade. Necessitamos mais de Deus para construir e irradiar a paz.  Este Deus que nos fez a sua imagem e semelhança e que Jesus nos revelou como Pai de todos nós.

 Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis

Arcebispo Metropolitano de Aparecida

Presidente da Academia Marial

a “Theotokos
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