Por Pe. Flávio Cavalca de Castro, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

A Quinta-feira Santa e a instituição do sacerdócio ministerial

Wikimedia Commons - Giovanni Domenico Tiepolo
Wikimedia Commons - Giovanni Domenico Tiepolo
“Isto é meu corpo, dado por vós: fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19)


Na Quinta-feira Santa, fazemos memória da noite em que Jesus se entregou ao Pai aceitando a morte. Deixou-nos um memorial de sua vida, morte e ressurreição, no qual nos reunimos para partilhar pão e vinho, seu corpo e seu sangue, sua vida e toda a sua realidade. Sua comunidade, sua igreja, deverá viver e atualizar sempre essa entrega e essa partilha, até que se cumpra o pro-jeto do Pai. Viverá sempre a eucaristia, a contínua atitude de agradecimento.

Obediente à vontade de Jesus, sua comunidade de discípulos, sempre confiou a alguns a presidência do memorial, para tornar presente o Senhor sob o pão e o vinho partilhados, não como lembrança do passado, mas como atualização de sua presença verdadeira entre seus discípulos. A esses mesmos foi confiado o anúncio da Palavra, e o serviço para a comunhão e a caminhada, na vivência dos sacramentos.

A igreja, comunidade de Jesus, sempre encontrou pessoas dispostas a colocar-se a serviço dos irmãos, ajudando-os a viver a eucaristia e os sacramentos.

No passar do tempo, esses servidores da comunidade receberam muitos nomes, viveram de diversos modos e em diversas circunstâncias, com maior ou menor generosidade, maior ou menor apoio de seus irmãos e irmãs. Entre eles houve sempre e continua havendo santos e pecadores, muitos humildes e dedicados apenas a servir, outros preocupados consigo mesmos, com seus títulos e paramentos pomposos.

Neste dia, da Ceia do Senhor, sempre se lembra que a comunidade não pode viver sem a generosidade de pessoas que aceitem o chamado e se coloquem a serviço dos irmãos, sem procurar riquezas, honras e vantagens. Precisam abrir mão de muita coisa, para ser suficientemente livres e disponíveis, prontos a ajudar todos a conhecer Jesus e continuar caminhando como discípulos dele. Essa disponibilidade de alguns reflete a disponibilidade da comunidade e das famílias para o reino de Deus. Os servidores, os operários da messe, germinam e crescem na terra boa das comunidade vivas, abertas para o presente e o futuro. Não basta a comunidade pedir que o Senhor chame operários para sua messe.

A comunidade igreja precisa de servidores dedicados, mas é preciso também que ela os ame, acompanhe e apoie. Eles não são perfeitos, são apenas homens que, confiantes no Senhor, aceitaram o convite para subir à barca e ajudar na travessia. Precisam de compreensão e perdão, de amizades fiéis que lhes saibam dizer a verdade quando preciso.

Quinta-feira Santa, boa oportunidade para lembrar que o importante é viver a eucaristia, a contínua ação de graças pela presença de Cristo, na caridade fraterna e no serviço uns aos outros.

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