Texto por: Julia Silveira – Sob supervisão de Victor Hugo Barros
Desde as primeiras horas do dia 12 de outubro, peregrinos de todo o Brasil já se encontravam a caminho do Santuário Nacional de Aparecida. As festividades do dia se iniciaram com romeiros determinados a realizarem este caminho de fé.
Mesmo enfrentando mudanças climáticas, desconfortos e muitas dores, eles persistiram até o destino. “Pés machucados, mas não perderam a esperança, chegaram. Pés machucados, talvez até muito cansados, mas o coração em festa e a alma rejubilando. E vocês são para nós um grande exemplo de fé e de amor a Nossa Senhora”, afirmou o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, durante a homilia da Missa Solene da Festa da Padroeira, rezada na manhã deste domingo (12).
Durante sua mensagem, o Arcebispo saudou e agradeceu a chegada dos cerca de 40 mil peregrinos que vieram a pé para a Casa da Mãe. Os números foram contabilizados pela Polícia Rodoviária Federal.
Peregrinos a caminho da Casa da Mãe
Entre os que caminharam a pé estava o casal Marileide dos Santos e Fernando dos Santos. Eles saíram de Cruzeiro, distante cerca de 50 quilômetros de Aparecida, às 16h de sábado (11), e começaram a sentir os sinais do cansaço assim que adentraram a cidade de Aparecida. “Agora está começando a doer um pouco a canela, mas sim, está tranquilo. Porque ano passado eu tentei e não consegui chegar”, relata Marileide.
Fernando ressalta que não pôde acompanhá-la durante o ano passado, mas que esteve presente neste ano, reforçando que a companhia faz a diferença. “Eu acho que você vai vendo o povo assim, junto, vai animando, né? Então, o negócio é não parar, e agora que tá doendo, não pode parar”, confirma.
Apesar de todo cansaço, o apoio da comunidade é imprescindível neste momento. No decorrer do trajeto, os peregrinos se deparam com diversos pontos de apoio que servem como auxílio e uma forma de amparo, como é o caso da Paróquia São Roque, no município de Aparecida.
Paróquia São Roque, Aparecida (SP)
Aparecida Ribeiro, voluntária da paróquia, está há mais de cinco anos doando seu dia 12 para ajudar todos os peregrinos que chegam a Aparecida, sua cidade natal. “Aqui na paróquia, faz três anos que eu ajudo. Lá no Itaguaçu, no posto, sabe? Então, eu trabalhei lá três anos também”, explica.
A comunidade ajuda os romeiros servindo alimentos, hidratação e fornecendo espaço para sanitários. Aparecida e sua colega Francisca contam que todos os alimentos e bebidas são doações que a igreja pede aos paroquianos com dias de antecedência.
Paróquia São Roque, Aparecida (SP)
Além da paróquia, os munícipes da região montam seus pontos de apoio nas calçadas para poderem ajudar o máximo de pessoas que passarem por eles, entregando água, frutas e outros alimentos. “Ela não sabe o quanto eu estava esperando por esse pãozinho”, disse uma das peregrinas após receber apoio durante seu trajeto.
Ponto de apoio durante o trajeto
Enquanto os devotos caminhavam em direção ao Santuário Nacional para a Missa Solene, alguns já voltavam após a primeira celebração do dia, às cinco horas da manhã. Juliana e Alexandre Maia, de Guaratinguetá (SP), peregrinam até Aparecida todos os anos e contam como estava o Santuário nas primeiras horas do dia. “Tinha bastante gente. Eu nunca vi tanto”, ressalta Juliana.
Vindo de Cunha (SP), Odair José da Silva e sua filha Evelyn enfrentaram o percurso pela primeira vez. Com a promessa de vir agradecer, eles saíram de Cunha às 18h de sábado, também para buscar a benção da Mãe.
Odair e Evelyn durante o caminho
“Eu tive um câncer, perdi um rim. E esse ano, eu fiz o meu tratamento lá em São Paulo. Correu tudo bem, graças a Deus. Já vai fazer quatro anos. E eu, graças a Deus, estou curado”, contempla Odair.
Ele comenta que já faz 20 anos que a peregrinação é realizada por ele, mas este ano, em especial, agradece à vida e pede pela saúde de sua mulher, que também os acompanha em um carro de apoio.
Odair e sua filha próximo ao carro de apoio
O cansaço começa a bater durante os últimos momentos de peregrinação, mas Odair continua agradecendo. “Se a gente pede tanta coisa para Deus, esse sacrifício que a gente faz, eu acho que é o mínimo que a gente pode fazer, mas é pouco ainda, entendeu? A gente sofre, mas ainda é pouco para agradecer”, reflete o peregrino.
Para eles, os primeiros vislumbres do Santuário alimentam o fio de esperança que os devotos carregam no peito. E o primeiro destino, já dentro do Santuário, é visitar o Nicho de Nossa Senhora Aparecida para finalmente agradecê-la.
Devotos no Nicho
Helena Ribeiro e Maria Pacheco, de Marialva (PR), visitam a Basílica há 30 anos. Este ano, vieram em uma romaria de ônibus e, assim que chegaram, foram imediatamente para os pés da Imagem. Ver Nossa Senhora de perto traz um sentimento “muito bonito, me impressiona muito. Sim, a fé é importante, ela que move a gente”, ressalta Helena.
Quem visita à Imagem pela primeira vez na vida é o peregrino Gidelson de Moura, que saiu de Guarulhos (SP) com sua romaria de 86 pessoas, na quarta-feira (8), e chegou ao Santuário no sábado (11).
Para ele, a sensação de poder vê-la de tão perto “é demais. É emocionante, eu não me segurei não, viu? Sinceramente. Porque eu nunca tinha vindo, né? E o meu colega me convidou”, explica.
Porém, o trajeto também apresentou alguns contratempos. “O mais difícil foi na sexta, o dia mais difícil, porque nós saímos de São José, e veio dormir aqui, quase chegando em Aparecida. Andamos 52km direto nesse dia”, relata Gidelson.
E mesmo com os obstáculos, “é para a bênção da Nossa Senhora. Foi sacrificante, mas é maior. Não tem preço, não”, finaliza o devoto.
Festejamos Nossa Senhora e damos graças à Virgem Maria. As celebrações se encerram com a missa das 18h, seguida por procissão e show pirotécnico. A expectativa é de que as peregrinações continuem acontecendo com intensidade pelas próximas semanas, expressando o louvor do povo à sua Padroeira.
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