Maria e a virtude da Coragem
Nesses meses estamos refletindo sobre as virtudes de Maria de Nazaré

A virtude da coragem é querida por nós. Seu contrário é o medo. Há medos reais, que nos alertam sobre situações de riscos ou de perigo. Por exemplo: sair sozinho, tarde da noite, numa rua escura e sem movimento. E há medos que nos aprisionam, e mantêm situações de injustiça. Quantas mulheres sofreram ou ainda sofrem de violência e abusos no corpo, e não têm coragem de denunciar!
Há homens e mulheres corajosos, que enfrentam situações de perigo, por amor aos outros e à natureza.
Lembremos aqui da Irmã Dorothy. Ela era uma missionária estrangeira, que veio ao Brasil e trabalhou no interior do Pará, promovendo a organização de projetos sustentáveis para a população e a Amazônia. Ela sabia que corria riscos. E de fato ela foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005. Sua coragem estimula muitas pessoas a continuar atuando nessa causa. Nem a morte destrói a coragem.
Na Bíblia, se fala de “temer a Deus” (Sl 19,10; Josué 24,14). Não se trata de um medo infantil, e sim de respeitá-lo, de reconhecer sua grandeza e bondade. Quem teme a Deus não é um medroso, e sim empenha todas as suas forças para comprometer-se com Jesus e o Reino de Deus. Na Bíblia, quando alguém recebe um convite de Deus para a vocação e a missão, naturalmente sente medo, pois percebe suas limitações e os desafios. Mas Deus sempre diz: “não tenha medo” (não temas!).
Relembro que “virtude” é uma qualidade boa, que a pessoa cultiva durante toda a vida, até se tornar um hábito, uma característica que faz parte dela, como uma tatuagem na mente e no coração.
Veja: a Abraão (Gn 15,1); a Isaac (Gn 26,24); ao povo que rompe com a escravidão no Egito (Êx 14,13); aos que mantêm a fidelidade à aliança (Dt 4,10), aos profetas (Jr 1,7-8). Jesus também diz aos seus discípulos para não terem medo (Mt 14,27).
E Maria? Quando Gabriel vem ao seu encontro e lhe diz “o Senhor está com você”, ela fica surpresa e “se perturba” (Lc 1,29). Mas ele lhe diz: “não tenhas medo” (Lc 1,30). Maria levou a sério essa palavra e se revestiu de uma coragem impressionante. No seu cântico, ela proclama que a misericórdia de Deus se estende a todos aqueles que O temem (Lc 1,50).
Junto com José, Maria foi corajosa para educar Jesus. Essa mesma coragem a levou a renunciar aos privilégios de mãe e a segui-lo, junto com outros discípulos e discípulas, ouvindo a palavra de Jesus e colocando-a em prática (Lc 11,27-28). Por fim, ela foi corajosa, quando se colocou ao pé da cruz, perseverando na fé, junto com outras mulheres e o discípulo amado (Jo 19,25).
Que Maria nos ensine a cultivar a virtude da coragem. Amém.

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