Revista de Aparecida

Maria e a virtude da Esperança

Escrito por Ir. Afonso Murad

14 NOV 2022 - 13H45 (Atualizada em 11 JAN 2023 - 09H03)

João Pedro Ribeiro

Neste ano estamos conversando sobre as virtudes de Maria.

Hoje falaremos sobre a virtude da esperança. Diz o povo em sua sabedoria: “A esperança é a última que morre”. Se a gente perde a esperança, a vida fica sem sabor e não temos mais coragem de mudar a realidade em nós mesmos e na sociedade.

Certa vez visitei uma comunidade na periferia de Salvador. Encontrei ali uma mulher que contou um pouco de sua vida. Durante muitos anos ela foi moradora de rua e ficou viciada em crack. Roubava para alimentar seu vício. E foi se degradando cada vez mais, no corpo e na mente. Até que encontrou alguém dessa comunidade que lhe disse: “venha rezar e tomar um sopão com a gente”. A mulher foi lá muitas vezes, e viu como várias pessoas dessa comunidade tinham um brilho no olhar e a tratavam com carinho.

a virtude é uma qualidade boa, que a pessoa cultiva durante toda a vida, até se tornar um traço de seu pensar, sentir e atuar.

Então, ela teve coragem e recobrou a esperança! Largou as drogas e recomeçou a viver. Depois de um tempo, pediu perdão a algumas mulheres, pois havia roubado os celulares delas quando era viciada. Com a ajuda da comunidade fez uma casinha e mora lá. Ela sobrevive coletando e vendendo material reciclável. Eu fiquei impressionado com o testemunho dela e pensei: a esperança, unida à coragem, pode produzir mudanças!

Maria de Nazaré cultivou a esperança durante toda a vida. Como uma jovem judia, aguardava ansiosamente a vinda do Messias. Ela teve a graça de participar, como mãe e educadora, do nascimento e do crescimento humano de Jesus. Quanta alegria e esperança Maria partilhou com Isabel, José, os pastores e os reis magos!

Depois, Jesus se tornou adulto, deixou a família e foi anunciar a vinda do Reino de Deus. Maria, os discípulos e todo o povo sentiram a esperança se realizar, quando viviam os gestos e as palavras de Jesus, pois “Deus visitou o seu povo (Lc 1,67; 7,16)”. Então, veio o momento terrível da cruz. Como relatam os discípulos de Emaús, a esperança sumiu! Mas não foi a última palavra devido à ressurreição de Jesus e à vinda do Espírito Santo, a esperança renasceu. E Maria estava lá, com a comunidade reunida.

Hoje, glorificada por Deus, Maria, nos ensina que a esperança é ativa. Não consiste em “sentar e esperar passivamente”. Ao mesmo tempo que confiamos em Deus e na sua promessa, cultivamos a coragem e tomamos iniciativas. Maria, mãe da esperança, rogai por nós!


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