"Maria, Mãe das vocações: um exemplo de amor e entrega ao chamado divino"

Carmem Lúcia C. da Silva

Leiga, especialista em Mariologia e associada da Academia Marial de Aparecida

A palavra Vocação deriva do verbo latino “vocare”, que significa “chamar”. Aos cristãos é ser o Chamado de Deus! Ser Voz em Ação ao Seu Projeto de Salvação, e foi assim com Maria em sua Anunciação pelo Arcanjo Gabriel (Lc 1,26-38), em que houve um diálogo de convocação ao serviço de pertença ao Senhor! Nesse momento, até mesmo em nossos dias, com certeza aconteceram vários tipos de discernimentos e escolhas nas quais Deus respeita nosso livre-arbítrio, próprio do ser humano. Mas que, à medida da caminhada pela Fé, Esperança e Caridade, por nós mesmos e pelo próximo, nos deixamos esvaziar de tudo o que não nos pertence, para nos preencher exclusivamente do Amor eterno e cuidadoso do nosso Pai.

O Papa Francisco, em suas catequeses, está sempre com esse olhar direcionado e atento a Maria, interpretando e buscando sua acolhida ao anúncio de Jesus em seu seio, que primeiramente o recebeu com alegria em seu coração, como nos diz Santo Agostinho.

Com essa atitude de entrega, Ela nos concebeu a missão do Messias em dizermos, juntos, nosso Sim todos os dias, para que o Fiat (fazer-se de Deus) aconteça nesse chamado, e que ao comungá-Lo em cada necessidade do irmão e de nossa irmã, do mesmo jeito que Maria de Nazaré fez ao ir às pressas ao encontro de sua prima Isabel (Lc 1,36-45), possamos ter o compromisso de levar o conforto, anunciar a Boa Nova, já gestando em todo o nosso ser e transfigurando ao mundo um novo renascer com a celebração da “plenitude dos tempos” (Gl 4,4). Em todos esses acontecimentos passados, temos sempre de relacionar com nossos dias atuais, em que tantos desencontros acontecem por não escutar a voz de Deus, em meio a tantos “barulhos” que atrapalham e contaminam nosso silêncio orante, tão necessário ao dom da Vocação, sem medo de seguir em frente, como disse Gabriel a Maria: “Não temas, Maria, encontraste graça diante de Deus”.

É assim que a vontade divina nos acompanha em todos os momentos de nossa vida, seja pessoalmente, na Família, no ambiente social e profissional, porque somos escolhidos com muito Amor, incondicional ao compromisso em levar adiante sua construção da Cultura de Paz em cada canto do mundo, porque confia em nós, como nos motiva Maria ao longo do tempo salvífico, que passa a ser o reflexo de Jesus! Gerado em seu ventre, transfere à Humanidade um Elo Eterno de Identidade Única do Evangelho do Amor, sendo a Mãe da Igreja!