Por Ir. José Mauro Maciel, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Pe. Vítor Coelho, o profeta

O profeta testemunha, anuncia e denuncia os males que afetam os humanos

Acervo da Comissão para o Patrimônio Histórico- C.Ss.R.
Acervo da Comissão para o Patrimônio Histórico- C.Ss.R.
Padre Vítor Coelho de Almeida pregando na Basílica Histórica


O Ano Civil inicia-se com a Solenidade da Santa Mãe de Deus. O Verbo se fez carne no ventre de Maria de Nazaré. Dela, humanamente herdou sangue e genética sem deixar a condição Divina. O Jesus Humano-Divino veio para salvar integralmente o gênero humano. Ele é nosso irmão mais velho, o Primogênito de toda a Criatura. Ele assumiu a imagem e semelhança Divinas contidas em nós humanos; fez de tudo, a todo custo para recuperar e restaurar a dignidade que nos foi doada no princípio da Criação.

Deus nos criou pessoa constituída de corpo, alma, inteligência e emoções. Em nosso ser carregamos os sentidos: tato, audição, visão, paladar e olfato. Deu-nos a inteligência racional com capacidade para discernir o bem e o mal. Criou a liberdade e doou a nós também. Privilegiou o gênero humano com as virtudes da prudência, fortaleza, temperança e justiça. A saber, que a prática da justiça é o termômetro que mede o grau de santidade exercitada pelos humanos. Essas virtudes nos dão suporte às virtudes teologais da fé, esperança e solidariedade. Afinal, a paz é elemento essencial do Evangelho, porque Cristo com sua Cruz derrubou o muro da separação: o ódio. Por essa razão, a atitude de fraternidade universal é missão de todo cristão (Ef 2,14).

A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II, promulgada a 7 de dezembro de 1965, Gaudium et Spes, norteia os cristãos na construção da paz. “De bom grado e de todo o coração, cooperem os cristãos na construção de uma ordem internacional em que sejam realmente observadas as liberdades legítimas e a amizade fraterna de todos.” Outrossim, “Empregue-se a respeito cuidado especial na formação dos jovens, tanto na educação religiosa quanto na civil” (GS, 89-90). O Pe. Vítor Coelho de Almeida, C.Ss.R. (1899-1987), fiel à sua vocação missionária e aos Ensinamentos da Igreja, corroborado pela Declaração dos Direitos Humanos e a Justiça Social, exortava sobre a Dignidade Humana. Argumentava o corajoso redentorista, de 70 anos de idade, sobre o gênero humano na sua condição de imagem e semelhança Divinas, por isso foi perseguido e rechaçado. Mas, consciente de sua missionariedade, sem temor no bom combate por meio da radiofusão, instruía os ouvintes na “promoção humana” e catequese.

A 1º de janeiro de 1969, Solenidade da Maternidade Divina, a Mãe do belo Amor, celebramos o Dia Internacional da paz. Eis nosso compromisso com o Reino de Cristo: Justiça, Fraternidade e Paz. O Pe. Vítor Coelho aproveitou o momento, tomou a locução de S. Paulo VI e ensinava: “Hoje, o papa quer que pensemos seriamente na paz! PAZ...! E o papa nos lembra de que os Direitos Humanos, solenemente proclamados pela ONU, são a base da Paz! Se não observarmos, se não respeitarmos os Direitos Humanos, não haverá paz no Mundo. Isso é o que o papa quer dizer”. Consequentemente, a Rádio Aparecida foi tirada do ar por 24 horas. A equipe de radialistas redentoristas foi acionada para se retratar ao Governo Ditatorial. Porém, comprovado foi que não havia nada de subversivo e a Rádio voltou à sua programação normal.

Em suma, toda guerra se opõe ao Mandamento Novo de Jesus: “que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12).

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Por Ir. José Mauro Maciel, C.Ss.R., em Revista de Aparecida

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