Sob a vossa proteção recorremos

A tradição de fé da Igreja conservou uma antiquíssima prece mariana chamada Sub tuum praesidium. Trata-se de uma oração dirigida à Virgem Maria que a reconhece como legítima Mãe de Deus. Inicialmente, a Maternidade divina de Maria surge num contexto litúrgico e devocional e está presente nos escritos de diversos pensadores do cristianismo, carinhosamente chamados padres da Igreja.

O título Mãe de Deus, em grego Theotokos, entrou em uso nos primeiros séculos do cristianismo, até ser consagrado pelo Concílio de Éfeso, em 431. Elaborado pela Igreja Oriental, sob o influxo da escola teológica de Alexandria, no Egito, o termo é portador de um sentido cristológico decisivo e simboliza o desenvolvimento da consciência teológica do povo cristão. A teologia moderna ensina: dizer que Maria é Mãe de Deus significa reconhecer a divindade do Filho que ela gerou.

Mãe de Deus é um título universalmente aceito na Igreja

São Paulo e o evangelista Lucas se referem à maternidade divina de Maria de maneiras muito diferentes, mas ambos indicam o essencial na devoção mariana. Certo é que, quando veio a este mundo, Deus quis para si uma mãe. Deus nasceu de uma mulher, do modo como todos nós um dia nascemos (cf. Gl 4,4).

São Cirilo, Patriarca de Alexandria, lembra que Maria é genitora do Verbo encarnado. A divindade do Verbo não foi gerada por Maria nem tem origem nela. Ambíguo em si mesmo, o título Theotokos é portador de um sentido autenticamente cristão e pleno de legitimidade.

A verdade central da nossa fé indica que Jesus é Deus e Homem na mesma pessoa. É de Maria que Jesus recebe a humanidade plena e real. O Filho de Deus compartilha conosco a maternidade de Maria. Ele deu-nos por Mãe uma Rainha incomparável, que nos protege e nos cobre com seu manto.

Sob esse manto do azul do céu guardai-nos sempre no amor de Deus

Tertuliano ensina que “Cristo amou o ser humano. Por ele veio a este mundo. E ao amá-lo, amou seu nascimento e sua carne”. A maternidade divina de Maria é um dogma definido solenemente. Sob o manto azul do céu, Maria nos oferece uma maternidade real, não apenas simbólica.

Ao invocarmos Nossa Senhora como Mãe de Deus e nossa, buscamos sua proteção carinhosa e a esperança de alcançar o céu. Santo Afonso, fundador dos Missionários Redentoristas, via Maria como nossa dulcíssima esperança, protegendo-nos sob seu manto.

O manto de Nossa Senhora simboliza abrigo, proteção e amparo. É sob a especial proteção de Maria que cultivamos o bom propósito de conhecer Jesus e cuidar da vida. Dirigimos a você, querido devoto, nosso convite para visitar Nossa Senhora e seu santuário, especialmente no mês de outubro e nos próximos meses, até o encerramento do Ano Santo da Esperança. Venha celebrar conosco a indulgência plenária do Ano Jubilar de 2025. Esperamos por você e agradecemos sua generosa contribuição para nossas obras de educação e de assistência social.

Cubra-me com seu manto de amor

A Festa da Padroeira nos faz pensar que o manto de Nossa Senhora, símbolo de ternura, proteção e amparo, é também o abrigo que nos protege ao longo de todos os dias da nossa vida. A proteção da Mãe Aparecida é um tema recorrente na devoção mariana. Ela nos cobre com seu manto de anil.

Uma bonita canção, dedicada a Nossa Senhora Aparecida, lembra que “bem longe, seu manto a Virgem estende, e em laços de afeto a seus filhos prende!”. A Mãe protege e acolhe seus filhos com amor, mesmo à distância. A Virgem Negra estende seu manto e nos envolve com sua ternura. O manto representa a intercessão e o cuidado maternal da Mãe Aparecida.