Por João Antônio Johas Leão Em Espiritualidade Atualizada em 24 SET 2020 - 16H05

São Cosme e São Damião: dois irmãos que passaram a vida fazendo o bem



Nesses dias do ano, muita gente sai aos mercados para comprar doces para distribuir na rua. No dia 28 de setembro, muitos garotos saem às ruas para recebê-los. Essa é uma tradição na qual se recorda dois santos católicos muito antigos, dos finais do século III e inícios do século IV: São Cosme e São Damião.

Eles foram dois irmãos médicos, que passaram a vida fazendo o bem, como Jesus. Essa tradição vem do fato de que eles distribuíam doces para seus pacientes, afim de confortá-los na dor. A biografia deles é de fácil acesso para qualquer um que busque na internet e, por isso, gostaria de refletir em dois pontos de suas vidas que me chamaram atenção, ao invés de repetir mais uma vez suas histórias.

De suas vidas, podemos aprender muitas coisas, como podemos aprender de todos os santos que viveram antes de nós. O primeiro ponto é o valor da família cristã. Isso me pareceu importante, ao ler que o pai dos irmãos santos morreu mártir. Mártir é aquela pessoa que entrega a própria vida por amor a Deus. Eu me perguntei: que tipo de coisas esse pai ensinava aos seus filhos?

Uma pessoa com um amor tão grande para com Deus só podia transmitir esse amor para os seus filhos. Com certeza, a casa dessa família tinha o Senhor Jesus como o centro, a imitação da mesmíssima família de Nazaré.

E vemos os frutos disso na vida dos Santos que celebramos hoje. Essa educação na fé que recebiam em casa os formou como pessoas íntegras, santas, que davam o espaço que Deus merecia em suas vidas. Somente por isso, foram capazes de ter um coração generoso desde tão cedo, mesmo no meio das perseguições que viviam os cristãos naquela época.

Leia MaisPosso comer os doces distribuídos no dia de São Cosme e São Damião?

Os jovens de hoje precisam de respostas verdadeiras; eles não se conformam com “isso se faz assim porque sempre se fez assim!” Se nós não soubermos dar essas razões para eles, outros, com outras ideias, o farão.

Perguntemo-nos como estamos vivendo a fé dentro de nossas casas. Quais esforços coloco para transmitir bem a fé para as próximas gerações? Busco me formar na fé para poder transmiti-la com maior razão?

O outro ponto que me chamou a atenção foi a necessidade de cumprir o plano de Deus. Os dois irmãos praticavam a medicina e distribuíam doces aos pacientes. Não são coisas tão extraordinárias assim. Podemos conhecer pessoas que fazem algo similar hoje em dia. Mas como eles realizavam isso é muito bonito. Não recebiam nada por praticar a medicina. Viviam da providência de Deus, que nunca os deixou na mão.

Por outro lado, os frutos de suas obras são desproporcionais com as atividades que realizavam. Curavam os enfermos também com suas orações e mais tarde, depois de mortos, conhece-se várias histórias de curas por meio de suas relíquias até os dias atuais. Tudo isso faz possível ver a mão de Deus por trás dos dois santos. Sozinhos eles não poderiam realizar o que realizaram.

Em nossa vida acontece algo similar. Podemos fazer muitas coisas boas em nossas vidas, mas, se queremos realmente dar os frutos que Deus espera, precisamos fazer tudo junto com Ele, aceitando ser instrumentos de sua Graça. Isso não é coisa só de padres ou de consagrados. Deus tem um plano para cada um de nós e está em nossas mãos descobri-lo (não porque Deus não nos ajude em descobri-lo, porque Ele sempre nos ajuda, mas, muitas vezes, nós não procuramos descobrir.)

Se respondemos a essa missão que Deus tem para nós, seremos como o solo fértil do Evangelho, onde a semente cai e produz muitos frutos, independente se realizamos coisas grandiosas aos olhos do mundo ou não, da mesma maneira como esses dois irmãos deram muito fruto ajudando as pessoas com sua bondade, com sua caridade.

Se nesse dia você sai às ruas para distribuir doces ou para recebê-los, lembre-se do porquê o fazem. Que seja um convite a viver uma vida mais santa, como a dos dois irmãos santos que celebramos. Que em nossas famílias possa crescer o amor a Deus, e que cada um de nós busque descobrir e responder ao Plano de Deus em nossas vidas, para que demos os frutos que o Senhor quer de cada um de nós.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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