O mês de maio encerra-se, neste ano, com a solenidade litúrgica de Pentecostes: a vinda do Espírito Santo, prometido por Jesus aos apóstolos. E Maria estava lá na companhia deles. Com ela, refletimos sobre a vida divina, que recebemos de Cristo. Veneramos a Virgem Mãe contemplando nela o ícone do discipulado.
Dogmas, consagração, ladainhas, devoções pias e a espiritualidade mariana consequente ligam o discípulo-missionário de Jesus ao compromisso direto com a vida. O amor à vida de e para todos, a estima e defesa da mais fraca, principalmente da ainda não nascida, a promoção da dignidade integral da pessoa, a solidariedade com os excluídos e necessitados são aspectos do anúncio do Evangelho da vida.
O Papa São João Paulo cunhou essa expressão em um documento, abraçando com todo entusiasmo a causa da vida, que está ameaçada apesar das perspectivas novas oferecidas pelo progresso técnico e científico.
A pandemia do coronavírus comprova isso. De repente, tudo e todos “perderam o chão”; a sobrevivência da humanidade, em qualquer país e situação, fragilizou-se demais. Saúde, economia, o presente e o futuro, tudo é inseguro e incerto.
Coube de novo à família ser a proteção mais necessária e primeira de todas, abrigando o isolamento social. Seu convívio voltou a ser o que deve: o “casulo-abrigo” da vida em todas as suas fases. O que está acontecendo é a prova de que a produção, os investimentos financeiros cobiçosos, a febre de lucros, a política ambiciosa de poder não salvam a pessoa, não preservam seus valores, sua dignidade e seus direitos.
Leia MaisPentecostes: O nascimento da Igreja Missionária
A pandemia chegou ao mundo marcado pela miséria, sofrimento, pela fome, falta de amor e fraternidade e muita intolerância. É o mundo onde não se vive no Espírito Santo. A violência, a morte prematura, o desprezo moral, o descarte da ética banalizaram o valor supremo da vida em todos e para todos. Na pandemia, chegou-se ao ponto nos hospitais de ter de escolher entre a vida do idoso ou do jovem...
Jesus veio oferecer a todos a vida em abundância. Ressuscitado, voltou ao Pai e enviou o Espírito aos seus. Maria dera à luz o autor da vida e recebeu do Espírito Santo um papel eclesial, substancial e integrador. Os estudiosos falam de um princípio mariano da Igreja. A Bíblia, a Tradição, o culto e a História veem em Maria aquela pessoa que animou os apóstolos após a ressurreição do Senhor. (At 1,12-14). Ela estava lá, no coração da comunidade cristã em gestação, entre o medo e as dúvidas.
Que ela esteja conosco em meio aos temores, às esperanças e aos anseios de um Brasil mais justo e fraterno. Junto dele no céu, ela continua sua missão para a humanidade de todos os tempos. Não há Igreja sem Pentecostes. Não há Pentecostes sem a Virgem Maria (Papa Bento XVI).
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.