Por André Somensari Em Notícias Atualizada em 11 SET 2018 - 09H30

O crescente pessimismo do povo brasileiro


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Que o povo brasileiro é alegre, divertido e acolhedor, todo mundo sabe; Essa é nossa marca. Mas uma nova faceta do povo brasileiro nos últimos anos tem se mostrado com maior frequência: ser um povo pessimista! Um dos mais pessimistas do mundo, diga-se de passagem. É o que mostra a pesquisa do Instituto Ipsos, feita em 25 países. Ela aponta que o Brasil está entre os quatro povos mais pessimistas do mundo e que 94% dos brasileiros acha que o país está no rumo errado, um índice que só aumenta desde 2015.

Para os autores da enquete, o crescente linchamento pelas redes sociais, a crise econômica que o país atravessa e a falta de confiança nas leis, instituições e classe política podem ter influenciado a opinião dos entrevistados.

Leia MaisInimigos da IgrejaIgreja e sociedade: Quebrar o círculo da violênciaSanto Afonso: um homem para nosso tempo!“O pessimismo vem depois do momento de otimismo que o Brasil conheceu na primeira década deste século, em que, inclusive, chegamos a sediar grandes eventos mundiais em nosso país, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Penso que o contexto de preparação para esses grandes eventos foi apresentado para o brasileiro como fruto de um momento espetacular que vivia o país, com o crescimento na economia. E isso foi algo bastante sensível na vida dos brasileiros, já que os números do desemprego estavam em queda e o poder aquisitivo cresceu de forma real no bolso do trabalhador. Por exemplo, nesse período, algo que cresceu bastante foram os pacotes turísticos populares, incluindo passagens aéreas para pessoas que antes nem sonhavam em poder realizar algo do tipo. Sem falar no número de pessoas que tiveram a possibilidade de comprar um imóvel ou um carro. O pessimismo atual tem sua origem na mudança desse cenário de forma concreta”, afirma o Ir. Diego Sousa, jornalista e missionário Redentorista.

Para o Irmão Diego, os impactos da corrupção da classe política na vida do povo brasileiro fizeram aumentar o sentimento de pessimismo na população: “Penso que as pessoas só começaram a sentir a profundidade da crise ética e política que estamos vivendo depois que ela contaminou o bolso. Talvez tenha sido na hora em que se percebeu como a corrupção está no meio de nossa sociedade, de forma estrutural. Dessa forma, o desânimo vem refletido na frase ‘são todos iguais’, na falta de perspectiva de encontrar um candidato que possa mudar a realidade, e pior, no pensamento de que o Brasil não tem jeito”, enfatiza.

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O missionário redentorista demonstra preocupação com o pessimismo que a juventude tem com relação ao Brasil: “Um reflexo preocupante desse pessimismo está no dado de que 62% dos jovens brasileiros deixariam o país, se pudessem. Isso é sinal de desesperança estrutural, já que a força de quem deveria renovar o país está pensando em desistir. Isso mostra que o desanimo é gravíssimo. De forma proporcional, o brasileiro deveria se comportar como os alemães ou os japoneses no pós-guerra, e encher-se de otimismo e motivação para superar as dificuldades do presente. No entanto, somos o quarto povo mais pessimista do mundo, e ainda com muita insegurança em relação ao futuro”.


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