É normal que às vezes seja mais difícil manter a concentração nos momentos fortes de oração. Sobretudo quando se trata de uma oração prolongada, como a hora santa de adoração ao Santíssimo. Queria compartilhar com vocês algumas dicas de concentração, a partir da minha própria experiência na oração, e conselhos que pessoas com mais experiência na vida espiritual foram compartilhando comigo ao longo dos anos.
A primeira dica é: não desanime, não recrimine a si mesmo quando descobre que a sua mente viajou por alguns minutos. Isso é normal. Um erro comum é tentar descobrir como isto aconteceu, e assim acabamos voltando a pensar no que nos distraiu. O resultado é mais alguns minutos de distração, ou inclusive mais. O melhor é simplesmente retomar a oração, repetindo alguma jaculatória, por exemplo, como a oração do Nome de Jesus (“Jesus, Filho do Altíssimo, tem piedade de mim, porque sou um pecador”).
Uma segunda dica: Nunca vá a capela rezar sem algum livro que o possa ajudar na oração. De preferência algum clássico de um mestre de espiritualidade. Por exemplo, um livro que me ajudou muito foi “Prática de Amor a Jesus Cristo” de Santo Afonso Maria de Ligório. Mas preste atenção: não se trata de devorar o livro de uma vez só, mas de ler calmamente, saboreando a leitura. Um parágrafo e depois parar um pouco, repetir as frases que mais lhe chamaram a atenção.
Uma terceira dica: Prepare a sua oração. É ideal que você vá a capela já tendo escolhido alguma passagem das Sagradas Escrituras para meditar, ou algum tema ou assunto importante que queira compartilhar com o Senhor, abrindo confiadamente seu coração. Isto é importante, porque é na oração que o Senhor nos dá luzes para tomarmos nossas decisões cotidianas.
Uma quarta dica: Parece oposta à anterior, mas na verdade a complementa. Embora seja importante preparar a oração, também é necessário estar disposto a renunciar aos próprios planos, quando percebemos que o Senhor nos quer conduzir por outros caminhos. Nesse sentido, é necessário estar atento: o que à primeira vista parece uma distração, na verdade pode ser o Espírito Santo, movendo o nosso coração em uma outra direção.
Aconselho o seguinte: adquira o hábito de fazer um exame da própria oração. Depois da oração, em um caderno, anote quais foram os pensamentos e os sentimentos principais que surgiram ao longo da oração. Isso inclui também as distrações, os pensamentos e os sentimentos que simplesmente aparecem, sem que nós os tenhamos buscado. Se um mesmo pensamento aparece com frequência, acompanhado de um sentimento profundo e/ou intenso, quiçá valha a pena compartilhar isso com alguém mais avançado na vida espiritual, para discernir se se trata da voz de Deus, querendo-o conduzir por alguma direção específica.
Finalmente, a última dica, mas quiçá a mais importante de todas: ofereça a sua distração ao Senhor com humildade, inclusive na Santa Missa. Coloque a sua distração na patena junto com toda a sua vida. Lembre-se de que Jesus quer abraçar também as nossas fragilidades e limitações, para que nelas brilhe melhor a Sua graça. Então a distração pode também ser, surpreendentemente, um lugar de encontro com o Senhor, pode ser absorvida também pelo Seu amor, na oração.
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