Por Redação A12 Em Comportamento

A manifestação da vaidade na adolescência e juventude

A juventude e a adolescência são fases marcadas pela insegurança, que promovem dúvidas relacionadas à personalidade e aos valores. E é natural que muitos jovens cuidem de si em função da beleza e da identidade. Porém, um comportamento natural nem sempre é saudável: a necessidade de se obter atenção através da valorização estética gera vaidade, que pode tanto impulsionar alguém, quanto ser prejudicial.

É bastante comum deixar que a vaidade tome conta do comportamento. Às vezes, perde-se muito tempo com a aparência, dando uma importância exagerada às roupas e às marcas. Outras, a saúde é prejudicada em virtude excesso de cuidado com o corpo e com o peso. Essas situações interferem no humor e no bem-estar pessoal e espiritual – em certos casos, a vaidade conflita diretamente com a humildade e contribui para o desenvolvimento de uma personalidade egoísta na busca incessante pelo destaque e pela perfeição estética.

O que é vaidade – De acordo com o dicionário Michaelis, vaidade é desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Ou seja, ser vaidoso é um ato de insegurança  e uma forma de buscar afirmação pessoal e reconhecimento.

O psicólogo Marcos Urioste, 29, conta que para a psicologia, existe a necessidade da articulação de todos os aspectos da personalidade. Paradoxalmente, a falta é inerente ao ser humano, o que leva à vaidade, ou seja, à busca exagerada para o preenchimento simbólico deste vazio.

Ele alega também que, culturalmente, as meninas são mais estimuladas a cultivar a beleza que os meninos, mas que este quadro de preocupação estética vem mudando, sendo cada vez mais vivenciado pelo sexo masculino. “As diferenças entre os sexos são vistas a partir de cada contexto, considerando que a busca pelo preenchimento do vazio é subjetiva” diz.

Muitas vezes há o exagero na beleza, mas, mesmo quando se alcança esse ideal, não existe satisfação. Neste contexto, a vaidade prejudica o desenvolvimento humano e pode se tornar uma obsessão, gerando inclusive casos patológicos, como a Dismorfofobia (visão distorcida sobre si mesmo, que causa preocupação excessiva com a aparência).

O psicólogo explica que existe muita naturalidade nos comportamentos pautados pela vaidade, mas que os jovens precisam ser observados e educados: “A adolescência e a juventude são consideradas um “entre lugar”, espaço de afirmações, grandes mudanças, desenvolvimento, e experimentações. Existe uma necessidade  natural de ser visto, de afirma-se nos grupos nesta fase, o que não pode ser confundido com o excesso da vaidade. Contudo, a juventude  necessita de acompanhamento, referências e escuta, para então ampliar sua criticidade sobre a crescente ditatura da beleza, que oprime a liberdade e a alegria  típicas do jovem”.

Questionado sobre quais atitudes devemos tomar para nos libertarmos do excesso de vaidade, Marcos responde que, para se obter a liberdade, é necessário refletir sobre si mesmo, considerando as faltas, o vazio e a incompletude do ser humano. Já os casos extremos pedem intervenções profissionais, com psicólogos ou psiquiatras.

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