Por que devemos ser organizados e responsáveis?

As duras críticas que o Senhor Jesus faz aos fariseus em diversas ocasiões durante a sua vida pública, e que podemos encontrar nos Evangelhos, poderiam nos levar a pensar que, no cristianismo, não há lugar para a disciplina, para as regras, para a organização. Tudo isso poderia afogar o Espírito, que sopra quando e onde quer. Ser cristão implicaria, então, simplesmente um “deixar-se levar” por esse sopro.
Parafraseando o apóstolo São Paulo, bastante superficialmente, poderíamos dizer que as regras e as normas, as tradições e os hábitos aprendidos em casa, uma vez que acolhemos a Fé, já cumpriram a sua função. Agora, se queremos realmente seguir a Jesus, devemos abandonar essas velhas “bengalas” para viver uma autêntica liberdade, para não cair na escravidão à lei.

Esta interpretação da mensagem de Jesus é incompleta e parcial. Parece obedecer mais à lógica do “ou é 8 ou é 80”. Na realidade, o cristianismo não é contrário à ordem, às regras, à organização, à responsabilidade. Trata-se de valores que são reposicionados, não abandonados, a partir do essencial, que é a Caridade. “Se não tenho Caridade não tenho nada”, dizia São Paulo no seu famoso hino à caridade. Quer dizer que todos os demais valores, sem a caridade, perdem seu sentido, e acabam por nos fazer sentir escravos. Mas quando é a Caridade o que os anima, a sua raiz, eles se tornam ferramentas preciosas da caridade, concretizações dela.
Um exemplo concreto: já percebeu como é importante, quando se faz parte de alguma comunidade ou movimento, de algum tipo de organização, a distribuição de tarefas e responsabilidades? Já percebeu como é importante que cada um cumpra com a sua parte, para assim poder servir melhor os demais, na Evangelização?
Santo Agostinho dizia: “ame e faça o que quiser”, não para justificar uma vida relaxada e permissiva, alheia à exigência, mas expressando essa experiência de que, quando temos o amor de Deus no coração, o trabalho exigente perde seu peso, a nossa capacidade de entrega se acrescenta, e amadurecemos humanamente, impulsionados pela graça de Deus.
Sem organização, sem responsabilidade, sem disciplina, nenhum serviço aos irmãos se sustenta no tempo. Porém, sem o amor de Deus, derramado em nossos corações, estas “ajudas” se tornam cargas pesadas sobre nossos ombros, que acabam por esmagar-nos.
Gosto de pensar na organização, na responsabilidade, na disciplina, como um dispor-se, como um mover-se para uma posição física melhor para receber a luz do Sol, para sair da sombra. Na verdade, sabemos que, mesmo na sombra, recebemos a luz e o calor do Sol e nem sequer estaríamos vivos nem poderíamos mover-nos se o Sol não existisse.
Mesmo assim (e aqui saímos da metáfora), Deus quis contar com a nossa contribuição, com a nossa livre cooperação, com o nosso leve movimento físico, para que a sua graça pudesse alcançar-nos e frutificar abundantemente em nossas vidas.
Este é um grande mistério, enraizado no nosso ser imagem e semelhança de Deus, chamados a acolher livremente a filiação divina em Cristo, por obra do Espírito Santo.
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