Em nossa vida, principalmente em situações difíceis, muitas vezes chegamos a questionar a nossa própria fé. Nos últimos tempos, em que o mundo inteiro parece viver uma época de sombras, esse questionamento pode nos parecer ainda mais forte, quase que invencível.
Assim como São Tomé, que precisou ver para crer na ressurreição de Cristo, nós também podemos nos encontrar em momentos de dúvida e incerteza. A história dele nos ensina que é humano ter questionamentos, mas também nos convida a buscar um encontro mais profundo com nossa fé. Mesmo nas adversidades, é possível encontrar sinais e testemunhos da presença divina, que nos fortalecem e nos ajudam a seguir em frente.
Somos seres “buscantes”
É da natureza humana questionar tudo e todos, buscar aquilo que entendemos como “verdade”. Somos seres com capacidades quase ilimitadas no que se refere a adquirir conhecimento. E, quando se fala em conhecimento, quase que automaticamente, se associa a ideia de ciência. E, quase que tão automaticamente quanto, se dissocia a ciência da fé. Mas será mesmo que elas são inconciliáveis? Será mesmo que uma nega a outra?
A nossa razão nos motiva, desde crianças, a buscar a verdade. Mas, para que sejamos capazes de alcançá-la, devemos caminhar juntos. “Sem um projeto comum, sem a busca pela verdade, os interesses em conflito vão tentar se impor”. Mas devemos pensar sempre que há coisas mais importantes a serem buscadas, tais como a paz, o bem-estar de todos, a igualdade… e é aqui que a parceria entre fé e ciência atua.
As ciências foram desenvolvidas ao longo dos tempos graças à faculdade exclusivamente humana da razão. Mas QUEM teria tal poder e inteligência para tê-la dado a nós, senão Deus? É difícil encontrar respostas pra essa questão. E é aqui que entra a fé.
Nesse sentido, primeiramente, para discernir se temos fé ou não, precisamos entender o que ela é. Para nós, cristãos, a própria Bíblia traz algumas (muitas) definições:
— “A fé é a realidade dos bens esperados, a prova das coisas que não se veem”. (Hebreus, 11, 1ss.)
— “Na verdade, vos digo: se alguém disser a este monte: ‘Sai daqui, lança-te ao mar’, sem duvidar em seu coração, mas crendo que se cumprirá sua palavra, ele o obterá!” (Marcos 11,23)
E assim temos também em Mateus, 17,21, em Eclesiástico 2, 1-2 e muitas outras.
Olhar para a poesia de Deus é exercitar a fé
Em uma situação de perda de uma pessoa muito próxima, eu mesma defini a fé da seguinte forma:
“Quando não resta mais nada, aquilo que ainda resta é a fé”.
Portanto, pode ser que, diante de uma dificuldade ou de algum acontecimento em particular, você possa estar questionando sua própria fé. Mas repense e avalie: será que minha fé acabou ou apenas mudou? Mudar a forma como acreditamos também implica, em alguns casos, em deixar de crer em certas coisas ou sob certos prismas. Mas isso pode ser reflexo de um profundo amadurecimento. Por isso mesmo, alguns autores dizem que “a fé necessita menos de teologia e mais poesia”. Saber “poetizar” sobre a vida é um claro sinal de maturidade.
Sendo assim, não fique triste se, em algum momento, você se sentir como que “esvaziado” de fé. Às vezes, você pode estar apenas passando por um processo de amadurecimento e, no meio deste processo, poderá descobrir até mesmo uma forma de fazer sua fé se converter em ação, o que confirma o versículo da Carta de São Tiago:
“Assim também a fé, se não tiver obras, está totalmente morta” (Tg 2,18).
Tem pessoas que praticam sua fé com a Oração do Terço. Outras, só conseguem rezar cantando (euzinha!). Outras, se sentem rezando quando fazem algum tipo de trabalho voluntário. Todas elas, no entanto, têm fé. O que é importante, nesse caso, é não tentar explicar ou racionalizar a fé. Ela não vem da razão, mas do coração, que a transcende.
Mas é interessante, igualmente, refletir da seguinte forma: sendo o coração sabidamente um músculo, sabe-se que necessita exercício. Assim, devemos também exercitar a fé. E não falo aqui somente daquilo que já sabemos, de perseverar na oração, da participação na Santa Missa... mas de olhar para a poesia de Deus, que está sempre presente na nossa vida.
Santo Afonso dizia que “a oração mais perfeita não é aquela feita no momento de fervor da fé, mas aquela quando estamos nos sentindo frios na fé, porque é aí que se mostra que verdadeiramente fizemos a opção por Deus”. Outros grandes santos também passaram por esse momento de aparente ausência de fé: Santa Teresa de Calcutá, Santo Agostinho e o próprio São Tomé.
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:: Questionar a fé é duvidar de Deus?
Um lembrete do Maior Amor
Às vezes, pode parecer que a vida perdeu a graça, que não temos mais a mesma alegria de viver… parece até que Deus esqueceu da gente. Mas a gente, no fundo, sabe que Ele está lá. E é com esse “fundo”, com os “olhos do coração” que a gente pode vê-Lo. É Ele que nos fortalece. Só de saber que Ele está lá, aqui ou em todo lugar por nós, já nos faz sentir melhores.
:: “FaithBook”: a fé em tempos de redes sociais
Por isso também é que a Igreja nos dá, todos os anos, a graça de viver o dia de Corpus Christi. Um dia pra gente lembrar que Deus está presente, visível e concretamente, no Santíssimo Sacramento, Corpo e Sangue de Cristo-Deus, feito homem e feito pão.
Neste dia — e em todos os outros que você puder participar da Santa Missa — olhe para Jesus no Pão Eucarístico. Ele disse que estaria conosco até o fim, mas pediu que sempre fizéssemos memória Dele. Ele próprio deu-se em garantia de que tudo ia passar e que nos encontraríamos, em breve, como a um grande amigo do qual temos muita saudade…
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A gente se encontra na Eucaristia!
Peregrinos com Maria, rumo ao Ano Jubilar da Esperança
A Novena da Padroeira deste ano, com o tema “Mãe Aparecida, acolhei-nos como peregrinos da esperança”, convida os jovens a refletirem sobre seu papel na Igreja e a se prepararem para o Ano Jubilar de 2025. Venha caminhar conosco rumo à renovação da fé e do compromisso cristão!
Seguindo o exemplo de Maria: como a Fé de Nossa Senhora Aparecida nos guia!
Veja a importância da presença dos jovens na festa da Padroeira
A experiência na novena da Padroeira pode contribuir para o fortalecimento da fé do jovem.
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