Crescendo na Fé

5 Dicas para você aprender a rezar

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

06 MAR 2018 - 09H46 (Atualizada em 19 JAN 2023 - 15H06)

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Há muitas formas de se fazer oração. Se formos olhar toda a longa e rica tradição cristã, com certeza encontraremos muitas variantes na forma como os fiéis se dirigiam a Deus. No século XX, com o Concílio Vaticano II, se fez muito forte um movimento de volta às origens, de olhar novamente para os textos mais antigos do cristianismo (que agora estavam mais disponíveis devido à tecnologia e o trabalho de muitas pessoas). Isso possibilitou uma renovação em continuidade de muitos aspectos da vida cristã.

Dentre esses aspectos, está a Liturgia da Santa Missa. Sendo a Missa a oração perfeita, gostaria de propor basicamente um esquema, muito simples, de oração que se baseie nela:

1º PASSO: Colocar-se em presença de Deus

No início da missa, nos colocamos na presença de Deus fazendo o sinal característico dos cristãos: o sinal da cruz. Esse mesmo sinal não é apenas o início da oração, mas já é ele mesmo uma oração. No fundo, o que buscamos é justamente essa comunhão com Ele, que já está presente até mesmo antes de iniciarmos a oração.

Somos nós que nos colocamos na presença de Deus, ou melhor, que nos fazemos conscientes de que Ele já está presente, nos esperando, nos chamando para uma comunhão mais íntima.

2º PASSO: Pedir perdão pelos pecados e nos lançar à misericórdia de Deus

É fundamental que na presença de Deus reconheçamos que não estamos em pé de igualdade. Não falamos de igual para igual. Somos criaturas na presença do criador. E, além disso, somos criaturas que muitas vezes não têm sido muito fiéis ao que somos. Achamo-nos Deus em cada pecado que cometemos, ou pelo menos tentamos nos colocar no lugar dele todas as vezes que insistimos em levar a nossa vida sem Ele. Mas esse reconhecer-nos criaturas pecadoras não nos abate, porque nosso Deus é Pai de misericórdia. Então, apenados por nossas faltas, podemos sempre nos colocar novamente em seus braços amorosos. Isso acontece no ato penitencial da Missa.

3º PASSO: Escutar a Palavra de Deus

Evidentemente que em toda Missa se escuta a Palavra de Deus. Momento para estar atentos, acolher e meditar, como Maria, essa Palavra Viva. Se estamos fazendo uma oração pessoal, podemos escolher uma passagem que ilumine o momento em que estamos na nossa vida.

Se queremos discernir sobre uma decisão importante, busquemos passagens nas quais Jesus faz escolhas importantes (Por exemplo: A escolha dos doze apóstolos), e assim por diante. Vale a pena também ter em mãos algum comentário da passagem, que nos ajude a entender melhor o que está acontecendo e diminuir o perigo de um subjetivismo exagerado. Deus fala com cada um de nós, mas escolheu a Igreja para ser transmissora fiel de sua Palavra. Livros que sejam reconhecidamente bons pela Igreja com certeza nos auxiliariam muito nessa parte da oração.

4º PASSO: Comunhão com Deus

Na celebração Eucarística, se estamos preparados, logo depois de meditar a Palavra de Deus, passamos à mesa da comunhão. Na oração pessoal, podemos fazer uma comunhão espiritual. Unimo-nos em espírito a Deus que acabou de nos dizer alguma coisa. Entregamos-lhe o que Ele mesmo nos disse, podemos agradecer esse momento de oração, podemos conversar livremente, trazendo outras questões que suscitem no espírito o que foi meditado. É uma relação Pessoal mesmo que cada um precisa ir criando com o Senhor. Talvez seja o momento mais íntimo, o momento no qual algo nos chama mais atenção ou que algo se clarifica de forma nova. Gaste o tempo que quiser saboreando essa experiência com Deus.

5º PASSO: A missão

O encontro com Jesus transforma. Na Bíblia podemos encontrar vários exemplos. A Samaritana no poço, a mulher adúltera, o cego de nascença, o cobrador de impostos Zaqueu, qualquer um dos apóstolos. Todos eles saem do encontro com Jesus diferentes. Quando termina a missa, ou quando estamos no final da nossa oração pessoal, é como se estivéssemos descendo do monte onde Jesus se transfigurou para nós. Voltamos para o mundo “lá embaixo”, mas voltamos novos, transformados. Desejosos de seguir aquilo que escutamos de Deus, plasmamos na nossa vida cotidiana essa conformação que vamos ganhando com Jesus.

CONCLUSÃO: É difícil enquadrar qualquer relação em um esquema. Não se faz uma amizade seguindo uma lista de coisas. Cada relação pessoal é única, cada oração é, portanto, única. Mas sempre podemos deixar-nos ajudar por outras pessoas que têm um caminho mais avançado que o nosso. A Igreja está no mundo para isso. Nela encontramos um caminho mais seguro para chegar até Deus.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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