Se ser cristão é, antes de mais nada, uma relação com o Senhor Jesus, uma pessoa viva e verdadeira, podemos nos perguntar sobre a necessidade de tantas formas e celebrações.
Por que a necessidade de ir à Missa ou receber os sacramentos? Não podemos confessar os nossos pecados diretamente com Deus? Qual a necessidade de um sacerdote? Essas e muitas outras perguntas surgem e precisamos ficar atentos para poder responde-las de acordo com aquilo que é a vontade de Deus.
Poderíamos tentar dar muitas explicações sobre a necessidade que possuem os homens de uma mediação com Deus. O primeiro que se mostra evidente é que, mesmo que falemos de uma relação pessoal com Deus, ela parece ser diferente daquela que temos com outras pessoas simplesmente humanas. Eu não posso tocar Jesus da mesma forma que toco minha mãe, meu pai, ou meus amigos. A relação com Deus é uma relação que se fundamenta na fé. Fé entendida, como nos diz o Catecismo, como resposta à revelação de Deus.
Sabemos pela fé, que Jesus está realmente presente na hóstia consagrada, mas não o vemos com nossos olhos meramente carnais. É preciso, como disse Santo Tomás, que venha a fé, como suplemento, completar os sentidos. A Igreja é a maneira com a qual Deus garante que o nosso relacionamento com Ele seja verdadeiro.
Por outro lado, precisamos, como cristãos, olhar para Jesus e confiar que aquilo que Ele fez tem sentido e é bom para a nossa salvação. Se Ele se deixou na Eucaristia, se Ele instituiu sacerdotes com autoridade para perdoar pecados e para ligar e desligar coisas no céu e na terra, precisamos, no mínimo, perguntar-nos o porquê. Lembremos de quando Ele disse: “Digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei”. Uma tentação poderia ser questionar isso e pensar que teria sido melhor que Ele ficasse em carne e osso no meio de nós.
Nós não entendemos tudo. E isso é algo inquietante hoje em dia. Todos querem saber de tudo, possuir todas as respostas, mas no fundo, precisamos admitir que somos criaturas de Deus e como tais, imperfeitas, incapazes de ver com claridade a verdade. E é justamente por isso que somos tão necessitados de outros que nos guiem. Sozinhos, normalmente acabamos nos colocando no lugar de Deus e deixamos Ele mesmo de lado. A Igreja, de certa forma, é a maneira com a qual Deus garante que o nosso relacionamento com Ele seja verdadeiro. Tudo na Igreja nos lembra da nossa condição de criatura, incapaz de, por nós mesmos, chegar a Ele e, ao mesmo tempo, nos lembra do amor infinito de Deus por nós, que sai ao nosso encontro, especialmente pelos sacramentos, que nos purificam e fortalecem para que a nossa vida seja cada vez mais realmente cristã.
A Igreja, com seus sacramentos, rituais, mandamentos e autoridade, nos foi deixada por Jesus para que não nos percamos nessa busca por viver uma vida cristã. Como diz a escritura, enquanto caminhamos nesse mundo, vamos como que as “apalpadelas”, no escuro. Enquanto não vemos Deus cara a cara, é fundamental que tenhamos ajuda para caminhar no escuro. E se não queremos que cegos guiem cegos, ou seja, que pessoas que não sabem o caminho nos levem de maneira enganosa, o melhor que podemos fazer é confiar na Igreja que Ele mesmo nos deixou, guiada e sustentada pelo mesmo Espírito Santo, com a única missão de fazer com sejamos verdadeiro povo de Deus.
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