Você pensa na repercussão que deixa quando atravessa a vida das outras pessoas? Existem aquelas com as quais convivemos dia a dia, nas quais deixamos uma marca mais profunda e que é construída durante anos, mas também nas pessoas que apenas cruzam o nosso caminho na rua deixamos uma impressão.
Será que depois que se encontram com você as pessoas saem melhores, piores ou simplesmente nem notam? Madre Teresa tem uma frase que nos deve fazer pensar a respeito disso. Ela diz: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”. Será que isso se aplica a você?
Com certeza, não estamos falando aqui de simplesmente deixar uma boa impressão, com roupas de marca ou o último celular da moda. Podemos estar seguros de que a madre não se referia a isso, porque ela não tinha nenhuma dessas coisas. No entanto, as pessoas que cruzavam seu caminho saiam mais felizes e se sentindo melhores. Uma pessoa que esteve com elas algumas vezes disse: “Tive várias vezes a oportunidade de conversar com a Madre Teresa. Era possível, com frequência, discernir nela reflexos da santidade de Cristo”. Com certeza, é disso que estamos falando. Da santidade que estamos chamados a viver.
Não podemos, como batizados, ser indiferentes aos outros, nem ingênuos a ponto de achar que não exercemos nenhum tipo de influência nos que nos rodeiam.
Como cristãos, somos chamados a anunciar a Cristo, como disse o Papa, "se necessário, com as nossas palavras". Ou seja, antes de falar dele, precisamos que Ele seja a nossa vida, que os outros possam olhar-nos e que vejam em nós o reflexo de Jesus.
Essa não é uma tarefa fácil, mas que marca deixaríamos nos outros se assim fosse? Essa é a única marca que realmente vale a pena deixar em qualquer pessoa, porque é a única que é eterna e leva à eternidade.
Muitas vezes escutamos: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. Na Carta aos Coríntios, São Paulo diz: “As más companhias corrompem os bons costumes”. E é muito fácil ver quando isso está acontecendo com os outros. Mas também precisamos nos perguntar de que maneira a nossa companhia influencia as pessoas. Muitas vezes, podemos não perceber o mal que estamos cometendo, se não temos tempo para refletir sobre nós mesmos e de abrir o nosso coração com um amigo ou conselheiro espiritual. Talvez essa realidade seja mais ou menos aquela à qual Jesus se refere quando fala de cegos guiando cegos no Evangelho de Mateus (Mt 15, 13).
Descendo um pouco mais ao cotidiano, todos sabemos como pode ser difícil, as vezes, não perder a paciência, ser educados com quem nos desrespeita, abrir um sorriso e dar um bom dia quando não nos sentimos muito bem, esforçar-nos por escutar melhor quem precisa ser ouvido e muitas outras situações que Deus nos permite diariamente. Mas são nessas situações que podemos fazer alguma diferença todos os dias. Quem não nos conhece, pode ver em nossa maneira de cumprimentar, um sorriso diferente e muitos podem precisar justamente disso. E quem nos conhece pode ver que, apesar dos nossos problemas, por nossa fé e esperança em Deus, podemos continuar alegres e confiantes no amor. Assim começaremos a transmitir essa santidade que vem de Deus.
Mas é claro que qualquer influência positiva que queiramos deixar nas pessoas, precisa nascer de uma profunda vivência espiritual, ou seja, do encontro pessoal que cada um de nós tem com o Senhor. A partir desse encontro, seremos capazes de transmitir melhor a presença desse amigo que conhecemos e que quer conhecer todos os que nos encontram. E disso, a Madre Teresa, junto com todos os santos e santas, tinha de sobra. Esse brilho diferente que possuem é exatamente essa relação profunda que tem com Deus e que chama a atenção daqueles que ainda não experimentaram o que é encontrar-se com Deus. E é assim que os santos continuam marcando vidas até hoje.
Parar e refletir sobre como marcamos aqueles que nos rodeiam é um ótimo sinal de que queremos realmente ser melhores pessoas. Entrando nesse questionamento, perceberemos que a melhor marca que podemos imprimir nos outros é a de Cristo e que, para tanto, é preciso que Cristo mesmo nos tenha marcado profundamente.
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