Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 29 DEZ 2023 - 16H45

Qual o tamanho da sua alegria diante de Deus?

Está o nosso coração alegre porque se encontrou com Deus? Essa é uma pergunta muito importante de se responder com sinceridade porque ela é como um termômetro que indica o nosso verdadeiro encontro com o Senhor.

Ao longo das Sagradas Escrituras podemos encontrar diversas passagens que mostram a alegria daquele que se encontra com Deus. Entre elas, talvez a mais gráfica é a do rei Davi que, encontrando a Arca da Aliança, a traz em procissão dançando ao som de muitos instrumentos.

“Davi e todos os israelitas iam cantando e dançando perante o Senhor, ao som de todo o tipo de instrumentos de pinho, harpas, liras, tamborins, chocalhos e címbalos” (2Sam 6, 5).

Para que entendamos melhor o porquê de tamanha alegria pela Arca, precisamos entender que para o povo do Antigo Testamento, esse objeto era como que a presença de Deus no meio deles, um objeto muito sagrado, que tinha sido extraviado e agora voltava ao lugar devido. Essa Arca ficava no lugar mais sagrado no Templo que depois seria construído.

Não é exata a comparação, mas hoje podemos pensar no Santíssimo Sacramento, que é realmente a presença de Deus em Jesus encarnado no meio de nós. Será que nosso coração consegue se alegrar de tal maneira pelo Santíssimo Sacramento, que é mais do que a Arca da aliança?

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Para ilustrar um pouco a reação das pessoas que se encontram com algo valioso, Jesus conta três parábolas que são recolhidas por Lucas e conhecidas como “As três parábolas da misericórdia”. Elas são: A da ovelha perdida, a da dracma perdida e a do filho pródigo (que o Papa gosta de chamar de “a do Pai misericordioso”). 

E é essa presença de Deus, no meio de nós, a fonte de nossa alegria verdadeira.

Leia MaisPapa: “O Evangelho tem o calor da alegria”Todas possuem riquezas particulares, mas em conjunto podemos ver que nelas algo valioso se perde (uma ovelha, uma dracma, um filho) e é, posteriormente, encontrado.

Fruto desse encontro é o júbilo, grande alegria que se espalha aos que estão próximos, que, às vezes, não a recebem, como o filho mais velho da última parábola. Quanto maior não se espera que seja a nossa alegria por encontrar no Sacramento do Altar aquele Deus escondido, que tanto busca o nosso coração.

Estar diante do Sacrário consciente da presença real de Deus é muito mais do que encontrar uma ovelha ou uma dracma perdida. Da parte de Deus, certamente Ele se alegra muito de encontrar em cada um de nós que o visita, como aquele filho que talvez tivesse se perdido e que agora é encontrado.

Mas é preciso que, da nossa parte, nos deixemos encontrar por Ele, deixar que ele fale ao nosso coração, fazendo silêncio e pedindo perdão por nossas eventuais faltas. Nas parábolas da misericórdia, Jesus repete que há mais alegria diante dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.

É claro que nem sempre estamos com as melhores disposições. Podemos estar tristes e abatidos por várias razões, mas nenhuma delas muda o fato de que Jesus continua esperando por nós em todos os sacrários das Igrejas. E é essa presença de Deus, em meio de nós, a fonte de nossa alegria verdadeira. Que saibamos cada vez mais viver alicerçados nessa alegria perene, a única que permanece mesmo em meio a todas as dificuldades.

:: A Espiritualidade da Alegria

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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