Ao considerar que, no Brasil, vemos uma disseminada prática supersticiosa, com a chegada de mais uma sexta-feira 13, podemos dar-nos algum tempo para refletir sobre o que significa a superstição no contexto da fé católica, buscando aclarar o que implica que, muitas vezes, sejamos supersticiosos.
Dessa maneira, poderemos responder com mais liberdade se, afinal de contas, precisamos ter algum cuidado especial nesse dia ou não.
Para começo de conversa, olhemos o que nos diz o Catecismo, nos números 2110 e 2111:
“A superstição representa, de certo modo, um excesso perverso de religião; [...] A superstição é um desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Também pode afetar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus.”
De fato, diríamos que muitas pessoas supersticiosas são extremamente religiosas, porque, independentemente do tipo de superstição que praticam, o fazem porque acreditam em algum tipo de força maior que as ajuda a resolver seus problemas.
Mas é exatamente essa a questão de fundo de todas as superstições que as torna uma forma “perversa de religião”: colocar as nossas esperanças em forças que não são Deus.
Um exemplo disso é a idolatria, na qual transformamos algum objeto — uma imagem, por exemplo — em um deus próprio. Pensando dessa maneira, tocamos e oferecemos coisas à imagem, na esperança de que esse objeto resolva nossos problemas de alguma forma. É uma forma comum de superstição.
Outra maneira bem comum de superstição, que nos lembra o Catecismo, são todas as formas de magia e adivinhação que conhecemos. Quem nunca viu, em um poste, um papel dizendo “trazer a pessoa amada em dois dias”? Esses e outros tipos de magia e adivinhação, como búzios, tarô e leitura da mão, nos remetem também à questão de fundo de qualquer superstição. Ou seja, voltamos a colocar nossas esperanças em forças que não são de Deus.
Mas isso representa algum problema? Por que não posso procurar ajuda em outras forças que não sejam Deus?
Se pensarmos em uma família normal, na qual os filhos precisam de ajuda para poderem aprender a viver bem, podemos imaginar o sofrimento interior dos pais quando veem seus filhos recorrendo a coisas estranhas e alheias a eles, tentando encontrar justamente as respostas para as suas vidas.
Se isso é verdade para uma família humana, quanto mais não deve ser para a família divina! Se os filhos de Deus não confiarem mais no Pai como Aquele que pode mostrar o caminho de uma vida feliz, é seguramente uma realidade muito triste.
Existe, no entanto, mais um problema nisso tudo. É que, no mundo espiritual, a outra força que existe não quer, de maneira alguma, nos ajudar a sermos felizes. Não podemos nos esquecer de que o demônio é um ser real e que quer que nos afastemos eternamente de Deus. A questão é que, muitas vezes — senão todas —, ele se reveste de anjo de luz, a fim de nos seduzir para longe de Deus.
Se todas essas idolatrias, adivinhações e magias fossem simplesmente bobagens, elas não estariam tão amplamente arraigadas na nossa cultura. Existe algo aí que, aparentemente, responde às necessidades que possuímos.
Não esqueçamos, no entanto, que existe o Pescador por excelência, que é o próprio Deus, infinitamente mais astuto do que o demônio e que, com seu amor, faz o impossível para confiarmos em suas forças, com a única intenção de fazer da nossa vida uma vida bem-aventurada.
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