Crescendo na Fé

Sexta-feira 13: a sorte, o azar, a fé e o cristão

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

13 NOV 2015 - 07H50 (Atualizada em 13 JAN 2023 - 09H49)

Considerando que no Brasil vemos uma disseminada prática supersticiosa, com a chegada de mais uma sexta-feira 13 podemos dar-nos algum tempo para refletir sobre o que significa a superstição no contexto da fé católica, buscando aclarar o que implica que muitas vezes sejamos supersticiosos. Dessa maneira, poderemos responder com mais liberdade se, afinal de contas, precisamos ter algum cuidado especial nesse dia ou não.

Para começo de conversa, olhemos o que nos diz o catecismo nos números 2110 e 2111: "A superstição representa, de certo modo, um excesso perverso de religião; [...] A superstição é um desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Também pode afetar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus". De fato, diríamos que muitas pessoas supersticiosas são extremamente religiosas, porque, independentemente do tipo de superstição que praticam, o fazem porque acreditam em algum tipo de força maior que as ajuda a resolver seus problemas. 

Mas é exatamente essa a questão de fundo de todas as superstições que as tornam uma forma “perversa de religião”: colocar as nossas esperanças em forças que não são Deus. Um exemplo disso é a idolatria, na qual transformamos algum objeto, uma imagem, por exemplo, em um deus próprio. Pensando dessa maneira tocamos e oferecemos coisas à imagem na esperança de que esse objeto resolva nossos problemas de alguma forma. É uma forma comum de superstição. 

Outra maneira bem comum de superstição que nos lembra o Catecismo são todas as formas de magia e adivinhação que conhecemos. Quem nunca viu em um poste um papel dizendo trazer a pessoa amada em dois dias? Esses e outros tipos de magia e adivinhação como búzios, tarô e leitura da mão, nos remetem também à questão de fundo de qualquer superstição, ou seja, voltamos a colocar nossas esperanças em forças que não são de Deus. 

Mas isso representa algum problema? Por que não posso procurar ajuda em outras forças que não são Deus? Se pensarmos em uma família normal, na qual os filhos precisam de ajuda para poderem aprender a viver bem, podemos imaginar o sofrimento interior dos pais quando veem seus filhos recorrendo a coisas estranhas e alheias a eles, tentando encontrar justamente as respostas para as suas vidas. Se isso é verdade para uma família humana, quanto mais não deve ser para a família divina! Se os filhos de Deus não confiarem mais no Pai como aquele que pode mostrar o caminho de uma vida feliz,  é seguramente uma realidade muito triste. 

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Existe, no entanto, mais um problema nisso tudo. É que no mundo espiritual, a outra força que existe não quer nos ajudar de maneira alguma a que sejamos felizes. Não podemos nos esquecer de que o demônio é um ser real e que quer que nos afastemos eternamente de Deus. A questão é que, muitas vezes, senão todas as vezes, ele se reveste de anjo de luz afim de nos seduzir para longe de Deus. Se todas essas idolatrias, adivinhações e magias fossem simplesmente bobagens, elas não estariam tão amplamente arraigadas na nossa cultura, existe algo aí que aparentemente responde às necessidades que possuímos. 

Não esqueçamos, no entanto, que existe o Pescador por excelência que é o próprio Deus, infinitamente mais astuto do que o demônio e que com seu amor faz o impossível para que confiemos em suas forças, com a única intenção de fazer da nossa vida uma vida bem aventurada.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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