Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 10 JAN 2020 - 15H40

Você sabe o dia do seu Batismo?

Geralmente sabemos as datas importantes que marcaram a nossa vida. Lembramos o dia de nosso aniversário, do casamento ou da ordenação presbiteral, sabemos inclusive algumas datas importantes das pessoas que amamos.

Shutterstock/ Oneinchpunch
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A data do nosso Batismo, no entanto, geralmente não está entre essas datas conhecidas. Talvez seja por falta de uma boa memória ou simplesmente porque não temos esse dia como realmente importante para as nossas vidas. Mas ele é importante, e a celebração do batismo de Jesus nos relembra isso.

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Depois das celebrações de Natal e da Epifania do Senhor, a Igreja nos propõe celebrar essa outra grande festa de Jesus, o dia do seu Batizado. Se bem que Jesus não foi batizado logo depois que nasceu, mas por seu primo João, aos 30 anos de idade. É interessante que a festa esteja próxima do Natal e, mais precisamente, na transição do tempo do Natal para o tempo ordinário da liturgia.

O Batismo nos insere na vida da Igreja, nos faz filhos e filhas de Deus, nos infunde a fé que é chamada a crescer, justamente no dia-a-dia do nosso tempo ordinário.

É justamente pelo batismo que passamos “a vela da fé de mão em mão”, como disse o Papa Francisco em sua homilia dessa mesma festa, em 2015. E essa luz vem desde os tempos de Cristo, dos inícios da Igreja. A fé que recebemos hoje é a mesma fé dos apóstolos, guardada e cuidada pela Igreja durante todos esses anos. No dia do nosso batizado entramos para a família de Deus, herdeiros dessa tradição de fé. 

No dia do nosso batizado entramos para a família de Deus, herdeiros dessa tradição de fé. E, se nesse dia ainda somos crianças demais para entender o que está acontecendo, isso não quer dizer que não seja bom receber essa graça de Deus, da mesma maneira que ninguém espera a criança crescer para dar-lhe de comer, mas, justamente o contrário, dá-lhe de comer para que cresça e fique forte fisicamente.

No Batismo, recebemos a fé que precisa ser amadurecida e formada para que seja um dia assentida, ou seja, que chegue o dia em que cada um, livremente, possa se aderir a ela com o seu próprio sim a Deus. Em termos de sacramento, esse é o dia da Confirmação ou da Crisma.

Com relação a isso, sempre me lembro do começo da segunda carta de São Paulo a Timóteo, que mostra a importância dessa transmissão da fé autêntica em família. Ela diz o seguinte:

“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. (2 Tim 1,5)

 Em Timóteo, o batismo deu o fruto que precisa dar em todos nós: uma fé não fingida, mas viva e autêntica.

Por que, então, valorizar o dia do nosso batizado?

Por exemplo, sabendo que dia foi esse, é um primeiro passo para retomar o caminho dessa fé autêntica. Podemos fazer-nos a seguinte pergunta: “Como cresceu a fé que eu recebi desde lá? Eu posso dizer que a fé da Igreja é também a minha fé?” E vale lembrar que essa fé nunca pode ser uma imposição; só é verdadeira se é fruto de um assentimento livre e maduro.

Peçamos ao Espírito Santo, que veio a Jesus no dia do seu batizado, que ilumine também a fé que cada um de nós recebeu, para que ela cresça a cada dia e que o nosso próprio Batismo dê os frutos de santidade que Deus deseja para nós e para o mundo que tanto precisa.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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