Em 2003 Sofia Coppola agraciava o mundo com seu segundo longa metragem. Escrito e dirigido pela única filha de Francis Ford, um dos grandes gênios da história do cinema, Encontros e Desencontros é um drama memorável e singelo.
Bill Murray (o eterno Dr. Peter Venkman de Os Caça Fantasmas) interpreta, brilhantemente, Bob Harris, um ator em declínio que sobrevive dos sucessos do passado e por isso aceita embarcar em uma viagem a Tóquio, por nada além de alguns milhares de dólares. Bob se encontra no auge de uma crise da meia idade e busca por algo que o faça sentir-se vivo novamente, longe da vida familiar monótona e burocrática.
Na Terra do Sol Nascente Bob conhece Charlotte, vivida pela novinha Scarlett Johansson, nos auge de seus 19 anos. Ainda longe de ser a “Viúva Negra” dos fãs da Marvel, sua personagem amarga a dúvida de uma escolha aparentemente mal feita em prol do amor, sentimento, inclusive, questionado a partir do segundo ato do longa. Charlotte, uma filósofa por formação acadêmica, busca na espiritualidade japonesa um sentido em sua existência, indo ao encontro do momento vivenciado pelo protagonista e de encontro ao estilo de vida de seu marido, um badalado e famoso fotógrafo contrato para trabalhar alucinadamente e abandonar constantemente sua esposa em um quarto de hotel.
Lost in Translation, título original do filme, é bastante adequado pelas várias situações onde os protagonistas se divertem, aprendem e crescem dialogando com os nativos, mesmo sem entender uma palavra de japonês. Por outro lado, a tradução em português é igualmente assertiva, pois o drama vivido pelas personagens as faz encontrar suas essências por intermédio da solidão em comum e de diálogos simples, porém de grande relevância, como quando Bob sabiamente define o que é envelhecer afirmando que “quanto melhor você souber quem é e o que quer (na vida), menos você deixa as coisas te preocuparem”.
A essência deste longa reside em celebrar a solidão, as personagens perdidas, desencontradas, que após intenso convívio se encontram na vida, no amor. De maneira delicada e sutil Sofia conduz a obra, convidando o expectador a refletir e separar o efêmero daquilo que realmente é relevante na história de cada um.
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